O relógio marcava 12H00, mais coisa menos coisa, quando ali entrámos. Não seria a altura mais apropriada para ingerir álcool, convenhamos, mas também não são de ponteiros rigorosos que se fazem viagens e se descobrem sítios emblemáticos. Foi um feliz acaso este do "shutle" ter parado quase à porta.
No La Floridita, a receita do daiquiri permanece secreta e paga-se o preço da fama. Neste que era o bar eleito de Hemingway para o beber, acredito que a fórmula mágica se faça com um xarope de açúcar especial, o que lhe confere um sabor muito característico. Na altura não indaguei por isso — assim como não contei a quantidade de vezes que ouvi Guantanamera um pouco por todo centro histórico habanero, esburacado, decrépito, encantador.
Escolhemos ficar ao balcão. O bar estava recheado de turistas, à excepção do quarteto cubano que nos deliciava os tímpanos. A musicalidade e o calor colaram-se à pele e a língua agradeceu a visita.
¡Salud!
Do que precisas:
7 colheres de sopa de açúcar granulado (5 + 2)
1 vagem de baunilha 4 limas (apenas o sumo)
60 a 80 ml de rum
Vamos a isto:
1. Começa por refrescar os copos de cocktail no frigorífico — este passo vai ajudar a que o açúcar adira ao rebordo.
2. Coloca numa taça o açúcar. Abre a vagem de baunilha ao meio no sentido do comprimento, retira as sementes com a ajuda de uma faca e junta-as ao açúcar. Mexe bem até incorporar.
3. Passa um pouco de sumo de lima sobre o rebordo do copo e mergulha-o no açúcar até que fique uniforme.
4. Num "shaker", junta gelo picado, o sumo das limas, duas colheres de açúcar de baunilha e o rum (a quantidade de álcool pode variar dependendo do sabor e intensidade que pretendes). Agita com força, até que o braço doa. Prova. Se for necessário, faz rectificações: mais lima ou mais rum.
5. Distribui o daiquiri pelos copos e bebe bem fresco.