Tartine é um nome muito pomposo, eu sei. Os franceses têm destas coisas. Trazem uma fatia de baguete torrada com manteiga e já é uma tartine.
Por cá também se atribuem designações aos pratos dignas de serem lembradas. Por exemplo: salmão selvagem sobre mousseline de couve-flor. Mousseline não é mais do que um puré com uma textura um pouco mais leve que o comum. Na verdade, o pobre do puré é um dos que mais tem sofrido com tudo isto e está, inclusive, em vias de extinção. Inventam-lhe nomes todos os dias: esmagada, cremoso, mousseline. Quando está no prato é um puré igual ao que fiz em casa no dia anterior, mas quando chega a conta apercebo-me que com o mesmo dinheiro teria dado para comprar batatas até ao final do mês.
A sopa é outro caso paradigmático – e com o qual me solidarizo desde já. É aveludado, é creme, é parmentier. É tudo menos sopa. Se eu for a um restaurante um pouco acima da média, deverei pedir um aveludado de alho-francês? Ou um creme de tomate com croutons? Não posso, simplesmente, pedir uma sopa do dia que é mesmo o que me está a apetecer?
Imagino o que estão agora a pensar: defendo os fracos e oprimidos e não resisti ao estrangeirismo. Mas se eu tivesse escrito “pão com queijo de cabra”, quantos de vós teriam a curiosidade de ler o conteúdo?
Nomenclaturas à parte, o sabor é que conta e esse, é certo, não engana ninguém.
Do que precisas:
4 fatias de pão alentejano (ou outro que gostes)
1 embalagem de queijo de cabra pasteurizado
4 fatias finas de presunto
3 figos
Vamos a isto:
1. Começa por tostar levemente o pão num grelhador.
2. Barra cada uma das fatias com o queijo de cabra. Sê generoso.
3. Distribui as fatias de presunto sobre o queijo e dispõe, por último, os figos previamente laminados.
Dica: tempera com pimenta preta moída na hora, caso gostes.