És de gargalhada fácil? Pode estar nos teus genes

Estudo da Universidade de Northwestern e da Universidade de California-Berkeley refere que as nossas reacções emocionais podem estar nos genes

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Lucy Nicholson/Reuters

Todos temos no nosso grupo de amigos aquele que ri de tudo e de nada, mas também aquele que se se lhe vê os dentes é porque, como alguns diriam, está algum santo para cair do altar. Mas, afinal, por que é que algumas pessoas são de gargalhada tão fácil comparativamente a muitas outras que não o são? Um novo estudo diz que as nossas reacções emocionais podem estar nos genes.

Com efeito, um estudo publicado na revista "Emotion", uma colaboração entre a Universidade de Northwestern e a Universidade de California-Berkeley, mostrou que existe uma predisposição genética para experienciar emoções positivas, mas também negativas. Como é que chegaram a tal conclusão? O estudo combinou três experiências diferentes onde foi examinada a reatividade emocional em 336 voluntários enquanto viam, por exemplo, desenhos animados ou trechos de comédias.

As reacções foram diferentes entre si, desde os que não se riam de todo, passando pelos que esboçavam apenas um sorriso e chegando aos que soltavam a bela da gargalhada. As expressões faciais foram analisadas através de um "software" que codificava as expressões faciais, de modo a certificar que eram genuínas e, a complementar, analisaram os alelos do gene 5-HTTLPR através da saliva, onde verificavam se eram curtos ou longos. Cada variação de um mesmo gene chama-se alelo e cada gene tem dois alelos. Nos humanos, um é herdado do pai e outro da mãe. A diferença nas reacções era então responsabilidade da diferença genética nestes alelos entre os voluntários: alelos curtos correspondiam às que mais se emocionavam.

O gene 5-HTTLPR está envolvido na regulação da serotonina, um neurotransmissor implicado na depressão e ansiedade e em estudos anteriores os alelos curtos estavam ligados a distúrbios, mas o que este estudo vem mostrar é que também podem estar relacionados com emoções positivas, sorrisos e gargalhadas. “O alelo curto amplifica reações emocionais para ambos os ambientes, bons e maus”, explica Haase um dos investigadores. E acrescenta: “As pessoas com os alelos curtos podem ser muito felizes num ambiente positivo e sofrer imenso num ambiente negativo, enquanto as pessoas que têm estes alelos longos são menos sensíveis às condições ambientais”.

No entanto, diria que não vale a pena ir já saber se temos os alelos curtos ou longos. Afinal, este gene pode até dar uma pista se somos choramingas ou de gargalhada fácil. Mas a nossa personalidade é bem mais complexa do que simples alelos e depende de tantas singularidades e particularidades que nem o nosso DNA consegue prever.

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