Já a historiadora Laurel Thatcher Ulrich diz: mulheres bem-comportadas raramente fazem história. É precisamente os atos de rebeldia de certas mulheres, como o exemplo das sufragistas que lutaram pelo direito ao voto; estes atos não são desprovidos de sentido (longe de serem rebeldes sem causa!): são plenos de sentido e de objetivos, principalmente os de igualdade de género e do crescimento do movimento feminista.
O feminismo tem três fases: a primeira começou no século XIX e início do século XX; a segunda nas décadas de 1960 e 1970, e a terceira fase desde 1990 até à atualidade. O que é, no entanto, isto do feminismo? O feminismo é um movimento social e político que luta pela igualdade de género em todas as áreas da sociedade. Feminismo é dizer que tanto homem e mulher são iguais em sociedade e merecem ter o mesmo tratamento e a mesma participação. As feministas pretendem abolir a ideia do papel tradicional da mulher, repressivo e limitado e abolir a estrutura patriarcal.
Algo que ressalta é a biologia: claramente, homens e mulheres tem diferenças biológicas. Poderá esta ser a base para as diferenças culturas e sociais existentes entre sexos? Aqui entra Simone de Beauvior. A autora escreveu no seu livro “O Segundo Sexo” que o facto de a mulher ser considerada o “segundo sexo” não advém de diferenças biológicas mais fracas do que os homens, mas antes de não ter tido visibilidade nem voz na História, de ser condicionada desde nascimento a um papel imposto; papel este constantemente definido pelo homem.
Diferenças abismais
E que não se creia que desigualdade de género é algo de países longínquos e pouco desenvolvidos: todos os dias em países desenvolvidos encontra-se a desigualdade: as diferenças salariais entre homem e mulher são ainda abismais - ainda há muitos sítios onde as mulheres ganham menos que os homens pelo mesmo trabalho; há pouca representação feminina na política; a violência contra mulheres: só em 2013, (em Portugal), mais de 40 mulheres morreram às mãos dos seus parceiros e o número de assédio sexual no local de emprego, nas ruas, como o viral vídeo de “cat-calling” realizado em Nova Iorque mais recentemente mostrou, é assustadoramente enorme e uma ameaça ao bem-estar e segurança das mulheres.
O feminismo é um vasto assunto que merece a nossa atenção: a luta pela igualdade de género ainda vai a meio e muito se têm de fazer ainda.
Mais do que nunca, devemos ser as filhas rebeldes, aquelas que fazem a sua voz ser ouvida, as que se portam mal e denunciam o que de mal está no nosso Mundo.