O vosso projecto é um dos 10 finalistas da edição 2014 do PNIC. Como o descreveriam a quem nunca ouviu falar de vocês?
BOOX é uma marca que dá vida nova aos livros e revistas que temos fechados nas prateleiras e às paredes dos espaços que habitamos. O nome resulta da combinação de BOX e BOOK, porque dentro de uma caixa de acrílico com sete centímetros de profundidade podemos colocar livros ou revistas, fechados ou abertos nas páginas que gostamos, e podemos viver e mostrar com esses conteúdos. O que é inovador é que graças ao sistema de fixação dos livros dentro da caixa (as bolas de espuma BOOX), os livros ficam suspensos e passamos a ter uma plataforma que permite mudar os conteúdos muito facilmente, ao contrário das molduras tradicionais. O resultado é que podemos editar as paredes e mudar os conteúdos, os temas, as cores, à nossa medida. E podemos colocar os objectos que quisermos dentro.
Em que é que a vossa empresa difere de outros projectos semelhantes?
Não há projectos semelhantes. O que há é projectos bons e criativos, mas não os conhecemos em profundidade para poder falar deles. Podemos, sim, salientar duas características bastante diferenciadoras do BOOX: o facto de ser patenteado (uma invenção de design que consegue ser patenteável é um activo de que nos orgulhamos muito) e de ser um produto de design de casa totalmente personalizável. Depende da escolha de conteúdos de cada pessoa e, nesse sentido, é um instrumento de auto-expressão: podemos mudar facilmente as nossas paredes com as nossas escolhas.
O prémio para o vencedor desta edição são 25 mil euros. Caso vençam, como contam investir o dinheiro?
Investiríamos essencialmente em duas frentes: em inventário, para acelerar a resposta à procura, e em promoção, como por exemplo participação em feiras tipo a Maison et Objet ou a de Milão.
O que faz falta às indústrias criativas portuguesas?
Às indústrias criativas — portuguesas e em geral — falta, às vezes, serem indústrias. Ou seja, falta a gestão, o investimento e a capacidade de escalar produção que faz com que uma actividade não seja um projecto criativo ou artístico mas sim uma indústria. Idealmente, a Portugal, o que faz falta é indústrias criativas de bens transaccionáveis a exportar para o mundo. E é isso que estamos a construir com o BOOX.
Se o vosso projecto fosse a uma entrevista de emprego e lhe perguntassem onde vai estar em 2020, o que responderiam?
Em casas, museus e empresas de todo o mundo — mas de forma única e diferente em cada lugar.