O título desta crónica é provavelmente a expressão mais utilizada para descrever a Nintendo nos últimos anos. Parece que cada decisão dúbia feita pela gigante nipónica é digna dum processo de falência antecipado.
Historicamente, tudo isto começou com a Sega. Com as vendas quase meteóricas do Sonic, a Nintendo começou a perder o seu domínio no mercado e, consequentemente, seria uma “nova Atari”. Outrora um líder, depois um fiasco. A partir daqui, não faltaram justificações para a "condenação" da Nintendo. Desde a sua perda de aliados para a Sony (como a Square Soft), as imensas críticas por terem consolas sem capacidade para ler filmes, pela falta de aposta em modos online, pelo facto de os jogos não possuírem gráficos em HD, consolas portáteis com dois ecrãs... Em suma, os argumentos durante as últimas décadas para a "condenação" da empresa são muitos e quase todos falharam nos seus prognósticos catastróficos.
Incrivelmente, ou não, em 2012 e depois do sucesso da Wii e DS, a empresa nipónica anunciou que tinha no "seu banco" cerca de 10 mil milhões de dólares (cerca de 7,5 mil milhões de euros), o suficiente para manter a empresa no mercado até 2052, mesmo se perdessem cerca de 250 milhões em cada ano (187 milhões de euros). Certamente uma posição invejável.
Neste momento, a Nintendo está a comemorar o seu 125.º aniversário e foi anunciado que a empresa está com perdas que apontam para os 229 milhões de dólares (171 milhões de euros). Apesar de a consola portátil 3DS continuar a vender a bom ritmo, o sistema doméstico, a Wii U, encontra-se atrás das rivais Playstation 4 e Xbox One. Em pouco tempo, lá surgiram as recomendações de analistas externos para que a Nintendo se dedique só aos jogos e deixe o "hardware" (tal como a Sega o fez). Mas, se há alguma coisa que a Nintendo nos tem provado, é que a empresa não fica atrás durante muito tempo. Talvez a grande questão deva ser “por que é que a Nintendo nunca está condenada”. Afinal, esta empresa parece ter "algo" que a torna resistente aos mais terríveis prognósticos. Uns dirão que a Nintendo tem um grande valor nostálgico, graças aos nomes como Mario, Zelda, Kirby, Pokémon, Metroid, Yoshi, entre muitos outros, a manterem um interesse na empresa e nos seus títulos. Outros apontam para o domínio fabuloso que tem no mercado portátil que evidentemente ajuda a balançar as contas da empresa.
Seja qual for a verdadeira razão, aposto que a Nintendo vai recuperar o seu balanço financeiro. Não imagino que a Wii U comece de repente a vender em quantidades exorbitantes, mas que fará o seu papel para justificar a sua permanência no mercado em preparação para uma futura reacção positiva da Nintendo no mercado.
Se há uma coisa que a história dos videojogos nos tem mostrado é que a Nintendo está sempre condenada, sem nunca o estar.