Arquitectos portugueses distinguidos no concurso Morpholio PINUP 2014

Ana Rita Gomes e Francisco Silva mereceram uma menção honrosa e um prémio de honra no concurso internacional pelo projecto de uma casa e de um bar temporário

Foto

Dois estudantes de arquitectura da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP) receberam uma distinção no concurso internacional Morpholio PINUP 2014. A competição tem como objectivo procurar propostas de arquitectura e design que integrem a tecnonologia. Francisco Silva e Ana Rita Gomes receberam um prémio de honra e uma menção honrosa por dois dos seus projectos.

Os arquitectos submeteram três projectos, mas apenas dois deles foram seleccionados pelo júri. Ana Rita explicou ao P3, numa conversa por email, que estes eram “os mais singulares no repertório”.

Um dos projectos premiados chama-se "Housing for 21th century". É um edifício que pretende lidar com o individualismo da sociedade actual. Os arquitectos criaram o protótipo de uma casa transparente, que permite mostrar aspectos da rotina diária. A casa teria ainda a capacidade de tornar os sonhos dos seus habitantes aparentemente reais. "Da mesma forma que se utilizam fotografias para decorar as paredes de uma casa ou se pesquisam imagens de acordo com as nossas preferências, a vídeo-projecção de imagens consegue induzir nos espectadores uma noção de realidade fabricada", sugere Francisco.

Foto
Bar temporário para a Queima das Fitas do Porto de 2014

O segundo projecto foi o "Bar temporário - Video Jukebox" criado para a Queima das fitas do Porto de 2014. Francisco explicou ao P3 que o pretendido era criar um ícone que conseguisse atrair a atenção dos jovens "de uma forma contínua". "Além da luz e da música, o vídeo teria a capacidade de conseguir reproduzir um objecto mutável, onde as pessoas escolheriam o que queriam ver. O bar teria duas telas que iriam projectar vídeos escolhidos pelos estudantes. O bar seria uma peça arquitectónica tão instável quanto o contexto que o rodeava", acrescentou o arquitecto.

Foto
Housing Tomorrow

Francisco tem 22 anos e Ana Rita tem 23, são portugueses e dizem procurar, nos seus trabalhos, estimular a interactividade dos utilizadores. Defendem que “uma arquitectura capaz de estimular intelectualmente os utilizadores, consegue potenciar o desenvolvimento da sociedade”, explica Francisco. O arquitecto acrescenta ainda que "tal como acontece noutras áreas, pensamos que o conformismo e a falta de curiosidade naquilo que se faz têm travado a inovação e a progressão da arquitectura".

Foto
Protótipo de uma habitação desenvolvida para o d3 Housing Tomorrow

O propósito dos trabalhos que têm vindo a desenvolver, segundo Ana Rita Gomes, é “testar modelos e mecanismos que possam potenciar um maior envolvimento das pessoas no espaço”. “Assim, a interacção entre espaço e utilizador, a influência da informação na forma como a arquitectura é entendida e a adaptação do objecto à sociedade são questões que consideramos importantes de explorar nos nossos projectos”, refere a arquitecta.

Foto
Ana Rita Gomes e Francisco Silva

A dupla pretende encontrar novas formas de pensar a arquitectura no século XXI. Francisco e Ana Rita estão neste momento a desenvolver a sua tese de mestrado mas já recebem distinções nacionais e internacionais pelos seus trabalhos. Já foram premiados na China, na "HYP Cup", na Tailândia, na "Fenn Designers" e também em Portugal no concurso "Uma nova casa para a Barbie".

A dupla explicou ainda ao P3 que os gabinetes de arquitectura OMA-AMO e Archigram têm uma presença constante naquilo que desenvolvem. "Também outras áreas nos têm influenciado, tais como cinema ou moda", afirma Francisco.

Não ambicionam criar uma marca própria mas pretendem continuar a mostrar os seus trabalhos ao mundo, enquanto houver oportunidade. “Enquanto não estivermos num meio profissional, e houver disponibilidade de ambas as partes, tencionamos continuar a participar em concursos e outras iniciativas” conclui Ana Rita.

Texto editado por Andréia Azevedo Soares

Sugerir correcção
Comentar