Canal 180, da cultura à nova criatividade

Quisemos saber o que aconteceu aos vencedores das anteriores edições do PNIC. O Canal 180, que venceu em 2010, quer agora apostar ainda mais nas parcerias e na internacionalização. Quem o diz é João Vasconcelos, director executivo do canal

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Como descreveriam a OSTV a quem nunca ouviu falar de vocês?

OSTV é a empresa responsável pela criação do Canal180, o primeiro canal de televisão dedicado à cultura e criatividade, disponível no cabo, Internet e "mobile". Um projecto de televisão independente vencedor do Prémio Nacional das Indústrias Criativas Unicer/Serralves em 2010 e de um leão em Cannes em 2012. O 180 explora os novos territórios da criatividade, da música ao cinema, design, arquitectura, arte urbana e artes performativas.

Em que é que a vossa empresa hoje em dia difere daquilo que idealizaram originalmente, quando arrancaram com o conceito?

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Tínhamos uma visão do modelo e do território editorial que queríamos explorar, mas não podíamos imaginar como a revolução audiovisual tornaria as artes visuais, artes media e artes digitais tão relevantes na cultura popular contemporânea. Foi mais fácil construir a rede de colaborações internacional do que a rede nacional, é bom sentir que o Vimeo ou a Pitchfork, por exemplo, reconhecem a qualidade e a originalidade do que estamos a fazer.

Receberam 25 mil euros de prémio monetário por vencerem a edição de 2012. Onde é que investiram esse dinheiro e que frutos teve esse investimento?

Embora o valor de investimento necessário fosse muitas vezes superior ao valor do prémio, o PNIC foi determinante para o lançamento e desenvolvimento do projecto do canal. Foram euros recheados de apoio institucional e pessoal da equipa da Unicer e de Serralves. Uma start-up nunca pode menosprezar o poder de cada euro no milagre da sua sobrevivência.

Que tipo de projecto é que gostariam de ver vencer a 6.ª edição do PNIC?

Em alternativa às plataformas e serviços digitais que têm dominado nos últimos anos (e onde o 180 se inclui) para variar gostávamos de ver uma ideia que se tangibilizasse numa dimensão física, um projecto arrojado como uma peça de design, uma grande obra de arte pública ou um evento, suportado por um modelo de negócio inovador, com potencial internacional.

O que faz falta às indústrias criativas portuguesas?

Faz falta rede. Faz falta vontade de colaboração entre pessoas e empresas. Faz falta mais partilha de conhecimentos e competências, para que os projectos consigam crescer e expandir. Faz falta divulgação.

Se a vossa empresa fosse a uma entrevista de emprego e lhe perguntassem onde vai estar em 2020, o que responderiam?

Vemos o 180 no centro da revolução dos conteúdos audiovisuais, com distribuição em todo o mundo através de operadores de televisão por cabo. Uma marca de referência para a comunidade criativa, tão importante para a nova cultura visual, como a MTV foi para a música há 30 anos.

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