Não fora a derrota em casa - que sem os crassos erros defensivos cometidos (os portugueses sofreram quatro ensaios para marcar só um) poderia ter tido diferente desfecho - e um mais que consentido empate em Espanha - o jogo estava no fim e o resultado era favorável a Portugal - e o equilíbrio entre os XV russo e português seria ainda mais visível na tabela classificativa.
De facto e apesar da distância de sete pontos favorável à Rússia, as duas equipas encontram-se próximas quer no ranking IRB - dois lugares de diferença e menos de 1,5 pontos de distância - quer nos diversos indicadores da classificação geral. E se Portugal aparece com menor capacidade de marcação de ensaios equilibra-se, por outro lado, com a superior na capacidade defensiva que demonstra (ver XV contra XV).
No entanto, o facto da Rússia jogar em casa - em Sochi, local dos Jogos Olímpicos e Parolímpicos de inverno - entrega-lhes, naturalmente, o favoritismo. O que até pode não ser mau para as perspectivas portuguesas. O XV de Portugal pode, desde que haja elevada atitude competitiva em todos os seus jogadores e que não haja qualquer tipo de desistência qualquer que seja a marcha do resultado, sair vencedor. E assim manter de pé a hipótese de jogar o Mundial.
Fácil, nunca é nem vai ser. Mas é possível vencer. Principalmente se o bloco avançado - por recuo ou por faltas - não ceder na formação ordenada. E se a equipa for capaz de garantir velocidade na disponibilidade das bolas nos pontos de quebra. Quebras que devem ser consideradas como meros e fugazes momentos de concentração dos defensores adversários e não como paragens de recomeço do jogo.
Porque a equipa russa tem dificuldades na reorganização colectiva em movimento, Portugal deve apostar tudo na continuidade do movimento, introduzindo velocidade na libertação da bola e no tempo de apoio. Para o que se torna essencial atacar a linha de vantagem para impedir o deslizar dos defensores e permitir a manutenção de corredores laterais libertos.
E se é exigível esta velocidade para que a defesa russa permita exploráveis desequilibrios, será a concentração competitiva colectiva que poderá fazer com que as armas de que os portugueses dispõem se transformem em eficazes criadoras dos pontos necessários à construção da vitória.
Embora Geórgia e Roménia já se encontrem qualificados para 2015, esta série B do 6 Nações - como na gíria toda a gente chama a este campeonato - está ao rubro, podendo levar até à última jornada a decisão do terceiro lugar - que dará a possibilidade de acesso ao Mundial - e da equipa que descerá de divisão.
Mas, para que assim seja, Portugal terá que ganhar em Sochi!