Lobos renascem em Bruxelas

Portugal voltou a mostrar a garra do passado e venceu na Bélgica, por 19-6

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António Simões dos Santos

Quando era preciso, a selecção nacional não falhou. Num jogo de extrema importância para o râguebi nacional, que podia deixar Portugal à porta da descida para a terceira divisão europeia, os Lobos voltaram a aparecer. Apesar de ter cometido erros no ataque e ter revelado a fragilidade habitual nas formações-ordenadas, a equipa portuguesa soube sofrer, resistiu bem na defesa e nos momentos decisivos mostrou qualidade para conseguir uma vitória fundamental.

Antes da partida em Bruxelas, Portugal estava numa encruzilhada. Uma vitória portuguesa mantinha a equipa de Frederico Sousa na luta pelo apuramento para o Mundial 2015, mas uma derrota na Bélgica empurrava a selecção nacional para o último lugar do Grupo 1A e deixava os Lobos perto do despromoção.

Frente a uma equipa belga ainda sem qualquer vitória na fase de apuramento, mas que, em casa, tinha criado enormes dificuldades à Geórgia (13-17) e empatado com a Espanha (21-21), Portugal entrou de forma autoritária no jogo, mas apesar de desde cedo ter ficado evidente que os portugueses tinham mais qualidade, os belgas chegaram a meio da primeira parte na frente do marcador (6-3).

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Ao intervalo, porém, a selecção nacional já vencia, por 9-6, com três penalidades convertidas por Pedro Bettencourt, que voltou a mostrar que é uma excelente opção para o jogo ao pé. O resultado acabava por não reflectir a supremacia de Portugal que, aos 31’ e 39’, esteve perto do ensaio por Vasco Uva e Carl Murray, respectivamente.

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No início da segunda parte, aproveitando o facto de a Bélgica ter ficado reduzida a 14 jogadores por 10 minutos, a equipa portuguesa chegou ao merecido ensaio por Gonçalo Uva, aos 46’. Com uma vantagem de 14-6, Portugal parecia ter o jogo controlado, mas a partir dos 60 minutos a partida mudou.

Em menos de 60 segundos, a equipa nacional ficou reduzida a 13 jogadores (cartões amarelos para Fernando Almeida e Eric dos Santos) e só aí, com vantagem numérica, a Bélgica começou a criar muitas dificuldades à selecção portuguesa. Com mais dois jogadores em campo, os belgas empurraram Portugal para dentro da sua área de 22 metros, mas os portugueses mostraram uma atitude como há muito não se via nos Lobos.

Com uma defesa competente, Portugal aguentou as investidas belgas sem sofrer qualquer ponto e, quando voltou a contar com 15 jogadores, fez o xeque-mate aos belgas, com o segundo ensaio, marcado por Carl Murray, que garantiu os quatro pontos à selecção nacional e retirou o ponto de bónus defensivo aos belgas.

A importante vitória em Bruxelas, afasta da equipa portuguesa o "fantasma" da despromoção e mantém o sonho de chegar ao Mundial 2015 vivo. Para isso, no entanto, é obrigatório vencer, dentro de 15 dias, na Rússia.

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