Não, não venho defender o PES ou o FIFA, essa discussão é outra e varia consoante os anos, ou preferências pessoais. Para mim o melhor videojogo de futebol não é nenhum destes dois, mas sim, o clássico Sensible World of Soccer (SWOS) da Sensible Software.
Lançado no inicio dos anos 90, Sensible Soccer foi uma série muito amada pelos utilizadores do Amiga (mais tarde apareceram conversões para outras plataformas). Em 1996, é lançada a sua versão mais conhecida; o SWOS.
O jogo tinha cerca de 26,000 jogadores e 1,500 clubes, assim como vários tipos de competições, incluíndo, as nacionais (nalguns casos com segunda e terceira divisões), as europeias, as mundiais e um modo de "Career" extremamente dinâmico. Surpreendentemente, tudo isto era oficial. Nada de nomes inventados.
É difícil tentar explicar o que faz de SWOS um jogo apaixonante. Afinal para quem nunca teve o prazer de o jogar, parece que é só uma partida de futebol com Lemmings. Mas, o seu ponto forte é a jogabilidade intemporal, e isto não se explica. Joga-se. Afinal o que é melhor, descrever um Bugatti Veyron, ou conduzir um?
Infelizmente, a Sensible Software acabou por se perder na charneira para o 3D. O resultado foram umas abomináveis sequelas do mítico jogo, mas sem a alma dos anteriores. Por isso acredito que muitos jogadores recentes considerem o nome uma anedota.
No entanto, não há prova melhor para a solidez de um jogo do que a sua herança. Em 2007, a Stanford University considerou SWOS como um dos 10 jogos mais importantes de sempre, e ainda hoje se organizam torneios com milhares de jogadores. Se o jogo fosse uma equipa de futebol, seria a mítica laranja mecânica holandesa. Jogadores com penteados e equipamentos esquisitos, mas como uma forma de jogar magistral. E SWOS é isso mesmo.
O passado não se resume só a Marios, pixeis e sistemas loucos. Tal como SWOS, há igualmente outras pérolas com uma jogabilidade intemporal e estão à vossa espera para serem descobertas. Não fiquem só pelos "remakes" e "reboots", procurem a essência das "franchisings", e atrevo-me a dizer, que em muitos dos casos ficarão surpreendidos.
