Filipe Freire é o primeiro "ninja" hacker português
O vencedor do concurso de hacking resolveu os quatro desafios da prova em oito horas. "Estive oito horas a programar, só parei para jantar", conta Filipe Freire
Já é conhecido o vencedor do JScrambler JavaScript Ninja Challenge, a primeira edição do concurso que pretendia testar os conhecimentos dos hackers portugueses. “Estive oito horas a programar, só parei para jantar”, assume o vencedor, Filipe Freire.
O concurso começou no dia 2 de Setembro e terminou às 23h59 do dia 16. Aos hackers inscritos no concurso era-lhes dado um código de uma aplicação web, que tinha de ser manipulado para chegar a um objectivo.
Filipe Freire, programador aveirense de 30 anos, precisou apenas de um dia, tendo começado às 18h e terminado os quatro desafios que constavam do concurso às 4h. “Quis fazer tudo num dia, até porque quem acabasse mais rápido ganhava mais pontos”, conta o vencedor ao telefone com o P3.
Foi a primeira vez que Filipe Freire entrou num concurso do género e diz que o fez “sem grande esperança em sair vencedor”, até porque não se considera um especialista na área do JavaScrip encriptado.
“Os dois primeiros desafios não eram muito difíceis e o terceiro tinha um nível intermédio”, explica o programador aveirense que venceu o concurso. Já o quarto desafio era muito menos acessível, até mesmo para quem pediu ao pai um livro de programação aos sete anos e começou a programar aos oito. “O quarto desafio já tinha uma dificuldade avançada, tanto que eram 3h da manhã e eu queria desistir, mas respirei fundo e decidi continuar”, afirma.
O concurso organizado pela AuditMark contou com os apoios da EuroCloud, LunaCloud e SapoLabs, tendo tido uma adesão que rondou 500 hackers de todo o país. No entanto, nem todos conseguiram superar todos os desafios. Embora 38% dos inscritos tenha atingido o último desafio, só 2,5% é que o conseguiram resolver, precisando, em média, de 3 dias para concluir a prova.
O JScrambler JavaScript Ninja Challenge tinha três objectivos principais: “Ajudar a criar consciência de que é importante proteger o código de aplicações Web, dar a conhecer a solução JScrambler e testar ideias desenvolvidas em laboratório”, refere Pedro Fortuna, Director da AuditMark.
Para Filipe Freire, este concurso é importante para os hackers serem olhados de outra forma pela sociedade. “Quando se fala em hackers é para falar em algo ilegal. Mas o hacker pode ajudar a melhorar o sistema, corrigindo os erros existentes”, afirma o vencedor que levou para casa 3000 euros em prémios, mil dos quais em dinheiro.