Um “hacker” é alguém que vive em frente ao computador, a maior parte do dia, não saindo do quarto, do sótão ou da cave? Nem sempre.
Um grupo de “hackers” alemães está em pleno Mar Báltico para desenvolver software de navegação.
Até ao momento, já criaram uma aplicação para Android, capaz de indicar o percurso de um navio, ao mesmo tempo que aponta a localização de bóias e outro tipo de sinalizações marítimas.
Criaram, também, um programa de computador que permite gerir os sistemas de aquecimento de bordo.
O objectivo derradeiro é criar um software que ligue em rede todos os barcos que se encontrem a navegar.
“Queremos criar a maior base de dados, imaginável e teoricamente possível, de informação marítima”, afirmou Ijon (pseudónimo online), co-fundador da Hackerfleet, citado pela CNN.
Ijon pretende ter este software produzido em 2014 e espera poder comercializá-lo em 2015 ou 2016.
Três a cinco dias no mar
O método é simples: quando possível, um grupo de entre 15 e 20 informáticos faz-se ao mar e dedica três a cinco dias à troca de ideias e conhecimento, o que culmina em sessões de produção de software.
“Trabalhamos num barco porque é divertido e todos gostamos. Não podemos abandonar o local e estamos concentrados na tarefa. É intenso, sobram poucas horas para dormir, mas o nosso método é extraordinariamente benéfico para a produção de ideias”, explica Ijon.
Um dos informáticos, que se denomina “Keyboardsurfer”, também encontra vantagens nesta forma de trabalhar.
“Puxamos uns pelos outros, para criarmos algo que surpreenda. A possibilidade de comunicar com qualquer membro da equipa, a todo o momento, torna o trabalho produtivo”, garante.