Tudo começou aos 13 anos quando Jian Yang, um jovem de Singapura, comprou a sua primeira Barbie. A boneca com o fato de ginástica azul turquesa conquistou-o e hoje, aos 33 anos, o homem tem mais de seis mil Barbies, além de outras três mil bonecas que ocupam a maior parte do espaço do seu apartamento.
Quem vê a sua casa pintada de branco, com uma escadaria cinzenta, não desconfia que no seu interior, a sala está pintada de cor-de-rosa e cheia de enormes armários onde há milhares de bonecas que espreitam. Há bonecas e mais bonecas, algumas ainda nas caixas, em roupeiros noutras divisões da casa.
Se alguém o conhecesse fora do ambiente da sua casa jamais acreditaria que ele é um coleccionador de bonecas, declara. Como director de estratégia da Omicom Media Group, uma multinacional ligada à publicidade, marketing e comunicação, tem um interesse especial por brinquedos e tendências de consumo.
"Antes de conhecer as normas sociais, quando era uma criança gostava de ver a Barbie na televisão e foi-me permitido ter uma", explica à Reuters. E o seu interesse de infância tornou-se uma obsessão, confessa. À medida que foi crescendo e ganhando a sua independência económica foi investindo na compra de bonecas.
Jian Yang confessa que, apesar de ter o apoio da família e dos amigos, também tem ex-namoradas que se revelaram muito inseguras relativamente à sua obsessão. "Elas olham para as bonecas e pensam: 'OK, está é a minha competição'. O que é horrível, mas é a realidade", revela.
Nos últimos 20 anos, o coleccionador já gastou, pelo menos, 296 mil euros na compra de bonecas. Além das Barbies, colecciona Bratz Girls, Monster High e Jem and the Holograms. Há também um Osama bin Laden, um Saddam Hussein; assim como uma Jackie Onassis e uma Diana. Espalhados pelos armários podem ainda encontrar-se bonecos que representam Elvis Presley, Sean Connery no papel de James Bond, além de personagens dos filmes Harry Potter e Star Trek.
A sua Barbie mais antiga é dos anos de 1960, enverga um uniforme de enfermeira; mas as de que gosta mais são as que usam fatos tradicionais de diferentes países, além das que homenageam artistas como Grace Kelly, Barbra Streisand, Carol Burnett ou Elizabeth Taylor. A Barbie mais rara é uma que foi comprada por um amigo em Hong Kong na loja da marca Comme des Garçons.
A sua profissão permite-lhe viajar, altura em que aproveita para aumentar a sua colecção. Na última viagem a Nova Iorque comprou 65 bonecas. Jian Yang prepara-se para voltar no próximo mês aos EUA com o objectivo de ir às compras. A colecção é ainda alimentada por bonecas que lhe são oferecidas, além de as comprar online ou em leilões.
Prevê abrandar o ritmo? Não. Entretanto, se a casa se tornar pequena compra a do lado, declara.