Os Queen são, indiscutivelmente, uma das maiores bandas da história do pop-rock mundial. Composta por músicos de talento (que sabiam tocar, cantar e compor) asseguraram, com a sua produção musical, um lugar indestronável na história da canção rock. Criadores de hinos como ninguém, são uma banda de sempre, para sempre.
Infelizmente, os Queen tiveram que parar prematuramente, devido à morte do seu vocalista. É que, ao contrário de outras bandas, este vocalista era insubstituível. À cabeça dos Queen estava, de facto, alguém especial. Um vocalista que para além de ser compositor, letrista e tocar piano tinha, provavelmente, a melhor voz de sempre da história do pop-rock mundial: a voz rainha!
Freddie Mercury era o rapaz de ouro com a voz de ouro. Quem mais conseguiria ombrear vocalmente com um expoente do canto lírico como Montserrat Caballé? Que outro vocalista pop conseguirá cantar “Somebody to love” como ele cantou, ao vivo, no espectáculo “Live at the Bowl” de 1982?
A cidade de Barcelona tem um hino (criado por ele para os jogos olímpios que aí decorreram) que jamais esquecerá. Os registos em áudio, ou vídeo, da sua voz não deixam margem para dúvida: aquela voz vinha do céu…
Havia qualquer coisa de majestático na música dos Queen e na voz de Freddie Mercury. A banda rainha tinha uma capacidade única para criar hinos que perduram até hoje (a banda sonora de uma grande conquista soa, automaticamente, nas nossas cabeças: “We are the champions, my friends”. Talvez não seja acaso a banda ter acabado o seu último concerto (“Live at Wembley 86”), perante 200 mil pessoas, ao som do hino britânico, com Freddie Mercury vestido de rei… Ainda hoje é recordado, no imaginário de todos nós, de peito aberto e com o punho bem levantado a apontar para o céu (talvez a celebrar a conquista da imortalidade musical).
Banda irrepetível
Os Queen foram uma banda super criativa mas, acima de tudo, irrepetível. Foram, capazes de criar standards, como "We will rock you", e rupturas como “Bohemian Rhapsody”, um marco na história do pop-rock que influencia tudo o resto (“Paranoid Android” dos Radiohead pode bem ser a sequela daquela rapsódia boémia de 1975).
É difícil não se gostar dos Queen. Pelo menos, não gostar de alguma coisa nos Queen: mesmo que não seja o estilo musical preferido, quem consegue ficar indiferente à voz de Mercury, aos solos de guitarra de Brain May ou a alguns dos hinos que eles criaram?
Na TV e no cinema, os Queen também estão lá: em Flash Gordon, nos Imortais, no Moulin Rouge.
Mesmo no fim, já sabendo da sua condição de seropositivo, Mercury criou ainda algumas das mais belas canções dos Queen como “Innuendo” e, sobretudo, “The show must go on” (outro hino, este sobre a coragem de continuar).
Quando os Queen apareceram, em 1970, eu ainda não era nascido. Quando Freddie Mercury morreu eu tinha 12 anos. Não se pode dizer que os Queen fossem uma banda da minha geração… A verdade é que, nessa altura, já tinha todos os álbuns dos Queen. Foram, sem dúvida, a minha primeira banda favorita.
Quando soube da notícia da morte de Freddie Mercury senti a tristeza típica de quem perde alguém que admira. Apesar de ainda ser novo já tinha a noção de que os Queen eram especiais e Freddie Mercury inimitável. Quanto mais não fosse, isto: são poucas as bandas que conseguem impactar para além da sua própria geração. E os Queen são, ainda hoje, uma banda de referência para muitos jovens…
Cada fã dos Queen terá as suas canções e álbuns preferidos. Mas todos sabem que, quando acabaram, os Queen não deixaram sucessão, apenas inspiração.
Enfim, os registos ficaram por cá e a fasquia à vista de todos. Será alguém capaz de a superar?
PS: esta crónica deve ser lida ao som dos Queen