Palavra de Jel: "Nós não temos nada a ver com a política"

“Nuno Duarte é o novo candidato do PTP a Cascais” não será um grande título. Mas se dissermos que este é o verdadeiro nome de Jel, dos Homens da Luta, o caso muda de figura

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Miguel Manso

“Vamos meter Cascais na Linha” é o mote da candidatura de Jel, o líder dos “Homens da Luta”, à Câmara Municipal de Cascais. Convidado pelo recente Partido Trabalhista Português, com o qual o mediático José Manuel Coelho é associado, Nuno Duarte promete agora ir além da arte do protesto e passar à acção.

Conhecidos pelas suas canções de intervenção e contra-poder, os Homens da Luta representaram Portugal no Festival Eurovisão da Canção 2011, depois de terem vencido o concurso nacional graças à votação do público.

Agora, com mais de 564 mil seguidores no Facebook, Jel volta a pegar no megafone. "Queremos uma campanha pela positiva, não vamos andar a mandar lama a ninguém. Queremos ser uma alternativa credível", avisou, em conversa telefónica com o P3.

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O que te levou a esta candidatura?

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Vamos meter Cascais na Linha! Facebook Homens da Luta

Uma oportunidade. Ligaram do Partido Trabalhista Português, a desafiarem-nos. Pus as minhas condições, quisemos ser nós a controlar tudo, por exemplo, ser eu a escolher as pessoas da lista. E eles aceitaram.

Afirmas tratar-se de uma “candidatura simbólica”. O que quer isto dizer?

O principal objectivo não é ganhar, é a participação. É para isso que cá estamos. Porque nós não temos nada a ver com a política! Mas temos protestado e agora queremos mostrar que a participação está aberta a todos, que não é só para alguns.

Quais são as tuas propostas para a Câmara de Cascais?

Antes de apresentarmos as propostas queremos ouvir as pessoas, ser uma caixa-de-ressonância. Vamos dar uma volta pelo concelho e tentar perceber as necessidades de quem aqui reside. A partir daí, pensamos as nossas propostas.

Quem são os eleitores potenciais?

Todos os recenseados. O concelho de Cascais tem 56% de abstenção, um dos concelhos com maior percentagem. Se conseguirmos mudar estas estatísticas, para nós já é uma vitória. E é assim, na volta, ninguém vai votar em nós! Mas isso faz parte do que também queremos descobrir. Mas nós vamos estar fora das personagens, apresentamos-nos como cidadãos.

O que é que os cascalenses podem esperar da campanha?

O mote da campanha é “Vamos meter Cascais na Linha”. Vamos andar na rua, vamos fazer acções de campanha… Como quase todas as pessoas que estão connosco são músicos, ou cantores, ou pintores, em geral pessoas ligadas ao mundo do espectáculo, vamos mostrar o que fazemos. Queremos uma campanha pela positiva, não vamos andar a mandar lama a ninguém. Queremos ser uma alternativa credível.

Quem faz parte da lista? Há mais alguém conhecido do público?

Eu próprio sou o mais conhecido, assim como os restantes Homens da Luta. Mas há mais pessoas, ligadas ao movimento Hip-Hop por exemplo, ou ao graffiti.

Se fores eleito, ficas?

Se conseguirmos ser eleitos vamos, com certeza, assumir aquilo a que nos propusemos, sem dúvida.

Mesmo como vereador?

Mesmo como vereador, claro.

E se não fores eleito, os habitantes de Cascais podem contar com a tua oposição activa?

A nossa oposição sempre foi activa. Quem me conhece sabe que eu sempre fui activo. Eu candidatar-me à presidência do concelho foi uma coisa natural. Eu tenho orgulho do meu passado, não tenho nada a esconder. Vai ser uma campanha muito barata, não vou pedir dinheiro a ninguém. Nem ao Estado, nem a investidores, nem nada: vai sair do nosso próprio bolso. Vamos usar o que temos, vamos fazer dessas as nossas armas.

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