A impressora 3D e a sua entrada em nossas casas

Num cenário (futurista, mas não muito), se recebermos visitas inesperadas em casa, poderemos sempre imprimir mais uns pratos, copos ou talheres

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Das muitas maravilhas da tecnologia que nos foram dadas a conhecer nos últimos tempos, uma delas é a impressão 3D.

Ainda com custos relevantes e, por isso, disponível apenas em círculos restritos (empresas e entidades especializadas), este tipo de impressão coloca ao alcance do utilizador a possibilidade da produção de objectos físicos reais numa questão de minutos. A partir de um ficheiro de CAD (Computer-Aided Design) ou de um conjunto de fotos que caracterizem as três dimensões do modelo, já existe o software e hardware capaz de imprimir o objecto correspondente.

E aplicações úteis já existem. Por exemplo, na Medicina, já foram feitas impressões de substitutos de osso com sucesso, onde um dos casos mais notáveis é o de uma pessoa que tem 75% do seu crânio impresso em 3D. Empresas como a Arkema (parceira no caso mencionado), a Xilloc ou a 3D Medical Manufactoring já possuem um catálogo de peças que substituem parcial ou totalmente ossos humanos.

Neste âmbito, o upgrade de órgãos humanos também poderá estar para breve, seja para corrigir deficiências, como ter aparelhos auditivos imbutidos no corpo ou mesmo a impressão de órgãos utilizado células estaminais como matéria-prima.

Em termos de aplicações do dia-a-dia e lazer, também já se produzem peças de roupa sem costura, como sejam o N12.bikini, ou, falando de instrumentos musicais, corpos de guitarra eléctrica que pesam muito menos do que madeira maciça ou sólida.

Este processo de massificação/banalização da impressão 3D até deu origem a “mentira de 1 de Abril” pela Play-Doh, empresa americana, que anunciava uma impressora 3D para crianças.

Mas nem tudo são boas notícias. Já circulam online alguns desenhos CAD de armas, como a Liberator que é passível de ser impressa totalmente numa impressora 3D, como o P3 já apresentou. Além disso, a falsificação de objectos, a cópia de chaves, entre outros, são preocupações que todos vamos passar a ter mais presentes.

Numa altura em que uma impressora destas pode custar cerca de $1500 (cerca de €1150) ainda não é provável que a comercialização para uso doméstico se massifique, mas dentro de 2 ou 3 anos já é de crer que poderemos ter essa situação como comum. O material usado para a impressão é um polímero (plástico) que poderá ser passível de reciclagem directa na própria impressora – ainda há vários modelos de utilização em equação que passam por impressão em múltiplos tipos de material, uns de carácter mais definitivo e outros mais descartáveis, consoante o tipo de uso.??

Nesse cenário (futurista, mas não muito), se recebermos visitas inesperadas em casa, poderemos sempre imprimir mais uns pratos, copos ou talheres. Quando se estragar ou partir alguma peça/utensílio, a compra ou reparação deixarão de ser a primeira opção. Pregos, parafusos, tesouras, botões, armações de óculos, entre muitos outros, passarão a ser de produção caseira. Bastará então ter o modelo 3D e carregar em “Print”.

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