Foi depois dos Supernada e de uma tentativa de silêncio pelo estudante baleado no dia 4 de Maio que os Bloc Party subiram ao palco do Queimódromo do Parque da Cidade, no Porto. Passava já da 1h00 quando as batidas progressivas se ouviram para lá do recinto e envolveram de forma gradual aqueles que esperaram para ouvir a singularidade da voz de Kele Okereke.
Embora "Mercury" e "Hunting for Witches" tenham sido alguns dos êxitos que marcaram o início da actuação, foi com "Banquet", tema que os tornou mundialmente famosos no seu álbum de estreia, "Silent Alarm", que o espectáculo adquiriu um novo rumo.
"Grande batida, grande transição", ouvia-se alguém dizer junto ao palco do Queimódromo. De facto, o alinhamento do concerto e a preferência da plateia incidiram no conteúdo daquele disco, o segundo dos quatro álbuns de originais editados até à data pelos Bloc Party.
"Helicopter", mais um tema de "Silent Alarm", caiu do céu. Até este momento, em nada a actuação se aproximava da intensidade dos concertos que caracteriza o grupo.
Mesmo com o público que acompanhava as músicas e aplaudia continuamente, o vocalista, Kele Okereke, manteve-se sempre pouco expressivo. Contudo, não rejeitou o presente de um fã, um cachecol do Futebol Clube do Porto, com o qual terminou o concerto.
No final, houve quem achasse que o ambiente da Queima das Fitas não era o apropriado para este tipo de banda: "Mereciam mais". Talvez. Outros ficaram desapontados, porque "houve temas antigos que ficaram por cantar". Completamente. "Two More Years" é um dos exemplos. Mas apesar de tudo, no final todos concordaram que "foi um bom concerto". Sem dúvida.