"Nobel" da arquitectura paisagista para Ribeiro Telles

O arquitecto paisagista Gonçalo Ribeiro Telles foi esta quarta-feira distinguido com o "Nobel" da arquitectura paisagista, o Prémio Sir Geoffrey Jellicoe, atribuído na Nova Zelândia

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Gonçalo Ribeiro Telles não vai estar presente na cerimónia de entrega do prémio, sendo representado por Miguel Braula Reis

O arquitecto paisagista Gonçalo Ribeiro Telles foi esta quarta-feira distinguido com o "Nobel" da Arquitectura Paisagista, o Prémio Sir Geoffrey Jellicoe, atribuído em Auckland, na Nova Zelândia, pela federação internacional do sector, revelou à agência Lusa fonte ligada à organização.

De acordo com a Associação Portuguesa dos Arquitectos Paisagistas (APAP), o galardão foi anunciado esta quarta-feira, durante a realização do congresso, em Auckland, da Federação Internacional dos Arquitectos Paisagistas (IFLA).

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Ribeiro Telles é responsável pelo projecto dos jardins da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa Pedro Valdez

O prémio tem como objectivo “reconhecer um arquitecto paisagista cuja obra e contribuições ao longo da vida tenham tido um impacto incomparável e duradoiro no bem-estar da sociedade e do ambiente e na promoção da profissão”.

A entrega do prémio acontece esta quarta-feira durante uma sessão do congresso, ao arquitecto paisagista Miguel Braula Reis, presidente da APAP, que o recebe em representação de Gonçalo Ribeiro Telles.

Braula Reis fará ainda a leitura de uma conferência da autoria do premiado e será exibido um vídeo, com uma mensagem de agradecimento de Ribeiro Telles.

Prémio criado em 2004

O Prémio IFLA Sir Geoffrey Jellicoe foi criado em 2004, e o primeiro galardoado, no ano seguinte, foi o arquitecto Peter Walker, dos Estados Unidos, seguindo-se, em 2009, Bernard Lassus, de França. Em 2011 foi distinguida Cornelia Hahn Oberlander, do Canadá, e, em 2012, Mihaly Mocsenyi, da Hungria.

Este prémio, considerado o “Nobel” da arquitectura paisagista, que tem paralelo no Prémio Pritzker de arquitectura, comemora a contribuição extraordinária para a IFLA do arquitecto paisagista britânico Sir Geoffrey Jellicoe (1900-1996), fundador daquela federação internacional.

Para a APAP, Gonçalo Ribeiro Telles “é premiado por uma excepcional carreira de setenta anos, poucos meses depois de ver garantida a continuidade do corredor verde de Lisboa, uma ideia que lançou em 1968”.

O júri do prémio inclui arquitectos paisagistas das quatro regiões da IFLA, “que representam o âmbito académico, a prática pública e privada, e possuem um profundo conhecimento da profissão, dos seus profissionais-chave e da prática internacional”.

Nascido em Lisboa, a 25 de Maio de 1922, Gonçalo Pereira Ribeiro Telles licenciou-se em Engenharia Agrónoma e formou-se em Arquitectura Paisagista, no Instituto Superior de Agronomia, na capital portuguesa, onde iniciou a vida profissional como assistente e discípulo de Francisco Caldeira Cabral, pioneiro da disciplina em Portugal, no século XX.

São da autoria de Ribeiro Telles, entre outros projectos, o Corredor Verde de Monsanto e a integração da zona ribeirinha oriental e ocidental, na Estrutura Verde Principal de Lisboa.

Gonçalo Ribeiro Telles também é autor dos jardins da sede da Fundação Calouste Gulbenkian, que assinou com António Viana Barreto (Prémio Valmor de 1975), e dos projectos do Vale de Alcântara e da Radial de Benfica, do Vale de Chelas, e do Parque Periférico, entre outros.