Um designer, um marceneiro e um técnico de som partilham a mesma paixão: as bicicletas. Apesar das diferenças, Pedro, Dirk e Afonso criaram a CLASSICA bikes, um atelier situado em Sintra, que permite a personalização dos guiadores das “biclas” que fabricam.
A CLASSICA bikes nasceu em Outubro de 2012 com a intenção de personalizar a bicicleta como um objecto único e irrepetível. A madeira foi o material escolhido para criar as peças e, de acordo com Afonso, “os guiadores surgiram naturalmente, uma vez que era a peça mais lógica para o tipo de material” que pretendiam usar. “Cada guiador da CLASSICA, é resultado de horas de trabalho manual e de dedicação”, disse ao P3.
Ao contrário do que acontece com os guiadores feitos em fábricas, o atelier aposta em “peças únicas": "Quem procura um guiador dos nossos deseja tornar a sua bicicleta única.” Os três acreditam que “todas as bicicletas ganham em elegância e singularidade com um guiador da CLASSICA”. Além da personalização, os guiadores são desenhados tendo em conta o conforto do ciclista e a função que desempenham.
Apesar do projecto ainda estar em fase beta e das suas peças só serem comercializadas através do site, os fundadores andam a “sondar o mercado” e estão a apresentar os seus produtos em lojas de bicicletas portuguesas e estrangeiras. “O processo começa já a dar os seus frutos” e a ideia também passa na aposta da internacionalização dos produtos, sendo a China, Taiwan e Japão os primeiros países onde vão estar presentes.
“O fabrico dos guiadores é um negócio novo e, como tal, ainda não temos rendimentos suficientes para conseguirmos largar os trabalhos que temos e viver só da CLASSICA”, disse Afonso. A CLASSICA bikes é um "part-time", “mas também é um ponto de encontro feliz entre ideias e competências”, realça. Os guiadores fabricados no atelier variam entre os 60 e os 120 euros, dependendo sempre do tipo de madeira utilizada e do processo de fabrico do guiador.
“A sonoridade dos nomes”
Na CLASSICA bikes todas as peças são baptizadas com nomes italianos — Piemonet, Liguria, Molice e Sicilia são alguns deles. “Gostamos da sonoridade dos nomes das províncias italianas”, explicou Afonso. Além de serem diferentes, transmitem ainda uma “uma ideia de elegância associada às grandes marcas de ciclismo italianas”.
A escolha dos nomes em italiano prendeu-se também com o facto de Pedro, Dirk e Afonso ambicionarem desde o início do projecto exportar as suas peças para o estrangeiro. Para os três, os nomes em italiano proporcionam a ideia de que os seus guiadores estão “além-fronteiras”.