A proposta do reitor da Universidade do Porto, José Marques dos Santos, para aumentar as propinas das licenciaturas e dos mestrados integrados de 999 para 1037 euros foi chumbada pelo Conselho Geral (CG) da universidade.
Os membros deste órgão – composto por 23 membros, entre os quais 12 professores, quatro estudantes e um funcionário – entenderam que as dificuldades das famílias na actual crise não são compagináveis com novos aumentos. “Dada a situação actual, entendeu-se que não estão criadas as condições sociais para incrementar um aumento deste tipo”, adiantou ao PÚBLICO fonte do CG.
À decisão deste órgão não estará também alheio o facto de, antes mesmo de iniciada a reunião, a Federação Académica do Porto ter emitido um comunicado, subscrito por 13 das 14 associações de estudantes da instituição, apelando à manutenção dos valores actuais. Somar um agravamento de propinas “à situação de propinas em atraso, aos cortes na acção social, à inutilidade prática dos auxílios de emergência em vigor e à falta de perspectivas de melhoria das condições socioeconómicas dos estudantes”, redundaria num “drástico aumento do abandono escolar”, alegaram os estudantes.
No mesmo comunicado, lembram que o peso das propinas no orçamento da UP quase duplicou entre 2010 e 2012, de 11% para 20,7%.