Em Julho, a equipa que pretendia produzir a curta-metragem “Inocente” angariou 52527 dólares (perto de 40 mil euros), através do Kickstarter. Em Fevereiro, chegou o reconhecimento da Academia: Óscar para melhor curta-metragem documental.
Desta forma, "Inocente" tornou-se no primeiro projecto financiado naquela plataforma de “crowdfunding” a vencer um Óscar. Este documentário conta a história de Inocente, uma sem-abrigo mexicana, imigrada nos Estados Unidos, que persegue o sonho de ser pintora.
Sean Fine, um dos realizadores da curta, afirmou ao site Mashable que o Kickstarter foi fundamental para este sucesso. “Ajudou-nos a financiar parte do filme e da pós-produção. É uma excelente montra para filmes, em especial, para documentários”, garante.
Elliot Grove, fundador do Raindance Film Festival e dos British Independent Film Awards, reitera a importância do “crowdfunding”.
“Tornou-se uma vertente fundamental na estratégia financeira de qualquer produtor. Eliminaram-se os intermediários, é possível ir directamente ao financiamento e à audiência”, garante, à BBC.
Para além deste aspecto, Elliot Grove destaca o envolvimento dos financiadores no projecto. “Se investiste 50 ou 100 dólares num filme vencedor de um Óscar, vais sentir-te muito bem contigo mesmo”, acrescenta.
Outros dois projectos, financiados no Kickstarter, foram nomeados para os Óscares de 2013: "Kings Point" (melhor curta-metragem documental) e "Buzkashi Boys" (melhor curta-metragem).
Segundo informa o Kickstarter, através do seu blogue, um total de seis produções financiadas na plataforma foram nomeadas para os Óscares. Para além dos três da edição deste ano, também “Incident in New Baghdad”, “Sun Come Up” e “The Barber of Birgmingham” receberam nomeações da Academia.
No mesmo blogue, é possível encontrar uma nota que aponta para mais de 100 milhões de dólares disponibilizados (cerca de 76 milhões de euros) para o cinema independente, embora apenas 85 milhões de dólares (cerca de 64 milhões de euros) tenham sido efectivamente angariados. Esta diferença explica-se pelo facto de o Kickstarter ser um sistema de “tudo ou nada”: se um projecto não atingir a quantia solicitada, não há recolha de fundos.