É uma caneta, escreve em 3D e já é um fenómeno do crowdfunding

Criadores da 3Doodler pediam 30 mil dólares para apoiar o lançamento do produto, mas em quatro dias conseguiram 1,5 milhões, ou seja, 50 vezes mais

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Imagine um dinossauro. Pode desenhá-lo no papel e pendurar a folha na parede. Ou então pode pegar na 3Doodler, a primeira caneta que desenha a três dimensões, e criar um verdadeiro boneco com a forma do animal. A ideia está a agradar a muitos: para comercializar esta caneta, os criadores pediam uma ajuda de 30 mil dólares. Em quatro dias conseguiram 50 vezes mais.

O anúncio foi colocado na passada terça-feira na página da Kickstarter, uma plataforma online de crowdfunding — conceito que se traduz no financiamento colaborativo — em que qualquer pessoa pode doar uma determinada quantia para apoiar um projecto. Os criadores da 3Doodler, que fundaram a empresa WoobleWorks, pediam ajuda para financiar a fabricação das canetas e o controlo de qualidade do produto.

Nesta sexta-feira, já tinham conseguido quase 1,5 milhões de dólares (cerca de 1,13 milhões de euros) — e ainda têm um mês para angariar mais.

O projecto caminha a passos largos para ser um dos mais financiados através desta plataforma: o primeiro lugar da lista pertence ao Peeble, um relógio costumizado, com aplicações, que pode ser ligado ao iPhone e ao Android. Para comercializar este relógio, os criadores conseguiram cerca de dez milhões de dólares (7,5 milhões de euros).

O funcionamento da 3Doodler é semelhante ao das impressoras a três dimensões que já existem no mercado, tecnologia que há poucos dias foi eleita pelo Conselho da Agenda Global para as Tecnologias Emergentes, do Fórum Económico Mundial, como uma das dez mais promissoras de 2013. A principal diferença é que a caneta será mais barata (75 dólares) e leve (200 gramas).

O utilizador insere a tinta – em forma de tubo fino e feita de ABS, um termoplástico utilizado habitualmente para fazer produtos moldados – e aperta uma espécie de gatilho. Do bico da caneta sai um fio de plástico derretido, que rapidamente solidifica em contacto com o ar. O plástico pode ser tocado, mas não convém tocar na ponta metálica da caneta, que estará a 270 graus centígrados.

A ideia na base da 3Doodler demorou cerca de um ano a sair do papel e partiu das mentes brilhantes de dois engenheiros norte-americanos, Max Bogue e Peter Dilworth. Bogue trabalhava numa empresa de brinquedos na China quando conheceu Dilworth, um investigador que já tinha trabalhado no MIT, onde ajudou, por exemplo, a criar robots em forma de dinossauro.

Os dois juntaram a criatividade e o conhecimento do mercado chinês para criar um produto que querem que seja acessível a todos: uma caneta e dois sacos de plástico custarão 75 dólares, cerca de 56 euros. Bogue e Dilworth esperam ter a caneta no mercado em Dezembro.

Esta caneta não é um brinquedo, avisam, mas é fácil de usar. “Se consegue rabiscar, riscar ou levantar um dedo no ar, pode usar uma 3Doodler”, garantem os autores da ideia. Não é preciso ter um software especial, nem um computador. Basta ligar a caneta à corrente, esperar uns minutos para que aqueça, e depois é usar a imaginação. Pode ser usada para fazer modelos em 3D, joalharia, arte decorativa, reparações, ou mesmo para fazer uma réplica da Torre Eiffel, como sugerem os criadores.

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