Eles largaram o trabalho para perseguir um sonho

A web série continuecurioso conta histórias de quem largou o convencional e decidiu fazer o que realmente gosta. Para já os vídeos são gravados no Brasil, mas as criadoras querem mais

O que é mais importante: manter um trabalho seguro ou arriscar viver na incerteza e tentar fazer o que realmente se gosta? A pergunta anda na cabeça de muita gente e foi o ponto de partida para o continuecurioso, um projecto das jovens brasileiras Juliana Mendonça e Cristiane Schmidt.

A web série documental, que lançou o primeiro episódio em Janeiro deste ano, procura “pessoas que se desprenderam de um jeito convencional de levar a vida para caminhar em direcção ao desconhecido” e pretende, a cada história, abordar novos assuntos e levantar novas discussões. “Entendemos que quando é o próprio destino que está em jogo ninguém entra para perder”, disseram ao P3 as jovens, de 26 (Juliana) e 25 anos (Cristiane).

Seguir o sonho foi o que fez Marilia Pedroso, que largou o trabalho das 9 às 18 horas num escritório para se dedicar à fotografia e trabalhar por conta própria. “Não via como estava o dia lá fora, não tinha tempo para nada. Saía de casa às 7 horas, chegava às 9 da noite, era tempo de comer alguma coisa e dormir”, explica no vídeo, para justificar a sua opção.   

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Marilia Pedroso é a protagonista do primeiro episódio continuecurioso

"Funcionário aplicado" não chega

No mundo actual, já não basta “ser um funcionário aplicado”. “A empresa pede que você goste do trabalho que vai exercer. Faz tempo que o lado emocional se misturou com o profissional”, referem as criadoras do continuecurioso, dando o exemplo do que se passa numa entrevista de emprego: “Você precisa falar porque ama o que faz ao mesmo tempo que precisa dizer o quanto acha que merece receber de salário pra fazer o que ama.”

Juliana Mendonça e Cristiane Schmidt, graduadas em Publicidade e Propaganda e em Artes Visuais, respectivamente, acreditam que existem ainda muitas empresas pouco preparadas para esta “mudança óbvia” do mercado de trabalho. É aí que se encontra “o conflito”: “Não temos certeza se há cada vez mais pessoas correndo atrás do sonho ou fugindo da confusão do mercado de trabalho convencional. Talvez um pouco dos dois.”

Para já, o objectivo das jovens brasileiras – que são responsáveis por todo o processo: produção, edição e divulgação - é publicar um episódio por mês. Mais tarde gostavam de aumentar a equipa, conseguir algumas parcerias e, "sem dúvida", filmar noutros países.

Quem tiver mudado de vida para se dedicar ao que realmente gosta ou quem conhecer alguém que o tenha feito pode também propor a história e habilitar-se a fazer parte deste projecto. A adesão, quer através do site quer através do Facebook, tem sido enorme (“Ainda estamos lendo todas com calma”). Algumas dessas histórias serão contadas no próprio Facebook do projecto num formato que está ainda a ser estudado, outras podem vir a ser um episódio da web série. 

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