Como é que os cursos de comunicação se preparam para o jornalismo online?
A questão serviu de mote ao primeiro painel da tarde da conferência Jornalismo Online - ensino, práticas e novos modelos de negócio
Como é que os cursos de comunicação se preparam para o jornalismo online? A questão serviu de mote ao primeiro painel da tarde da conferência Jornalismo Online - ensino, práticas e novos modelos de negócio: o ensino integrado do jornalismo online, organizada pelo P3. Mais do que a polivalência das ferramentas técnicas, sente-se a preocupação nas faculdades de preparar os estudantes de jornalismo para as exigências do mercado, através de projectos desenvolvidos nas próprias instituições.
Se o curso de Ciências de Comunicação da Universidade do Porto tem o JPN, o departamento de Comunicação da universidade catalã Pompeu de Fabra tem, por exemplo, o portal Cetrencada dentro do jornal Villa Web. A lógica é de "redacção integrada" e "multimédia", permitindo aos alunos difundir a "óptica diferente" com que encaram a informação, o que, aliás, pode ser uma vantagem para as redacções profissionais, ressalva Roger Cassany, um dos professores e orientadores do projecto.
"A pergunta deve ser o que as empresas podem ir buscar às universidades", comentou Isabel Reis, professora da UP e coordenadora do JPN. Tendo em conta que as faixas etárias mais baixas não se revêem na esfera noticiosa, os jovens jornalistas podem "dar às empresas outro tipos de linguagem", promovendo o rejuvenescimento das redacções.
Também face às exigências do jornalismo online, a Facultad de Comunicación de la Universidad de Navarra está agora a implementar um novo plano de estudos que vai substituir o anterior, de 1992, que não contemplava a web. Objectivos, traçados pelo jornalista e professor Samuel Negredo: "aproximação da realidade profissional", "formação polivalente" mas "especializada", "inovação" das estratégias (como o jornalismo visual), promoção de um "diálogo" com a indústria e de uma "cultura digital" entre os alunos, com novas estratégias de cobertura noticiosa. Concretizações: o portal fcompass, com notícias da instituição, a rádio 98.3 e a revista Nuestro Tiempo.
Os receios dos (por vezes) perigos do "imediatismo" e da "polivalência" do jornalismo online foram um dos vários temas abordados pela audiência. "Terá futuro?" A (eterna) questão, relacionada com uma outra: a procura de outros modelos de financiamento.
Artigo actualizado às 18h34 de 26 de Fevereiro