Explorador inglês quer cruzar a Antárctida durante o Inverno

Temperaturas na Antárctida podem chegar aos 90 graus negativos. Ranulph Fiennes pretende atingir objectivos científicos, educacionais e de solidariedade

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Sir Ranulph Fiennes é um explorador britânico DR

Percorrer cerca quatro mil quilómetros com uma escuridão quase permanente e com temperaturas que podem atingir os 90 graus negativos. Ou, por outras palavras, atravessar a Antárctida durante o Inverno polar.

 

Esta é a mais recente aventura de Sir Ranulph Fiennes, um explorador britânico que está a preparar-se para o feito "inédito" há já cinco anos.  

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O projecto consiste na travessia da Antárctida durante o Inverno polar DR

 

A ideia partiu de Mike Stroud, explorador e médico especializado em “performance” em condições extremas, que chegou, em 2003, a realizar, com Ranulph Fiennes, sete maratonas em sete dias e em sete continentes.

 

A sugestão inicial consistia em fazer a travessia com esquis motorizados, com o apoio de depósitos de comida e combustível, lançados de pára-quedas, durante o Verão.

 

Porém, para que o projecto fosse possível, era necessária uma autorização do British Foreign & Commonwealth Office, um gabinete que, entre outras atribuições, presta auxílio aos britânicos que se encontrem no estrangeiro.

 

A aprovação da travessia passou a depender da utilização de dois “catterpilars” adaptados ao gelo e de um navio.

 

Ranulph Fiennes teve que procurar patrocinadores para conseguir estes veículos, ao mesmo tempo que organizava uma campanha de recolha de fundos com o apoio da equipa criada para o efeito, a “Ice Team”.

 

Foram convidados Anton Bowring, amigo e companheiro de 35 anos de expedições, Brian Newham, do British Antarctic Survey, e um centro de pesquisa britânico dedicado à Antárctida, entre outros especialistas em diversas áreas.

 

Vários objectivos

Para além da aventura, a viagem tem propósitos relacionados com três áreas: solidariedade, ciência e educação. Ranulph Fiennes quer angariar dez milhões de dólares para o programa “Seeing is Believing”, que pretende ajudar a combater a cegueira evitável.

 

Para além disso, serão recolhidos dados para meteorologistas e será implementado um programa educacional que pretende chegar a cerca de 100 mil escolas da Commonwealth.

 

No dia 6 de Dezembro, a “Ice Team” partiu, de barco, de Londres, rumo à África do Sul. A 7 de Janeiro, a equipa partiu, da cidade do Cabo, com destino à Antárctida.

 

No continente gelado, a equipa prevê iniciar o percurso a 21 de Março. A viagem tem um tempo previsto de 145 dias, cerca de cinco meses.

 

Depois de feita a travessia, a equipa vai deslocar-se até uma base americana, onde prevê chegar a 21 de Setembro. O regresso, novamente de barco, está previsto para Fevereiro de 2014. 

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