Fazes-me uma pequena apresentação tua?
Ingrid Sousa (Ingride, na verdade. Teve de ser, para ser português. Ingrid é... o nome de artista.). Vinte e quatro anos e residente na bela terra dos apartados dos concursos que é Linda-a-Velha. Terminado o curso de Publicidade e Marketing, comecei a trabalhar há pouco mais de três anos numa agência de marketing digital, onde faço parte da equipa de "social media" e onde também chateio todas as pessoas da agência com os dias que faltam para o Natal.
Como começaste a distribuir "Cupões para todas as ocasiões"?
Queria ter uma página cujo propósito fosse apenas dar e partilhar, sem pedir nada em troca (pelo menos, do ponto de vista do administrador da página — a história é outra para quem vai cobrar os cupões). É a fonte ideal para quem tem algo para dar ou para dizer de forma sucinta e uma forma engraçada de pagar uma dívida entre amigos.
Porquê cupões?
É um formato sintético e que deixa transmitir sentimentos ou prometer favores de forma rápida. Vão directos ao assunto porque não há margem para divagar e, às vezes, essa é a melhor forma de comunicar — sem rodeios. Talvez não tenham que ser sempre cupões, e haja espaço para expandir: começámos com os "Cupões Para Todas as Ocasiões", seguem-se... os "Vales Para Todos os Males"?
Quando é que te apercebeste que um cupão vale mais que um presente?
Não é uma questão de valor, mas por vezes consegue ser mais certeiro que um presente. Não há nada de errado em oferecer um como presente, antes pelo contrário, especialmente se é algo que a pessoa quer muito, com significado ou difícil de arranjar. Um cupão é mais uma maneira de se mostrar apreço por alguém, possivelmente um pretexto para um novo encontro ou uma desculpa para nos lembrarmos de um bom momento partilhado. Dar um cupão em vez de um presente não é um pretexto para ser sovina. Aliás, há ali uns quantos cupões que devem sair bem caro...
Os cupões de desconto já são uma realidade (e uma obsessão) lá fora. Portugal aproxima-se desse fantástico universo?
A julgar pela minha caixa de correio, acho que Portugal sozinho já se vai aproximando. Mas espero que mantenha sempre uma distância segura do cenário extremo que a TLC nos mostra! Quero que estes cupões distribuam mais afecto (ou, vá, mais expressão de sentimentos no geral) e menos frascos de mostarda a metade do preço.
Só tu é que fazes os cupões ou toda a gente pode sugerir?
A melhor coisa dos cupões é olhar para um e pensar “Isto era perfeito para aquela pessoa que eu conheço” ou “Este tinha-me dado jeito há uns dias!”. O mais normal é surgir uma situação qualquer no dia-a-dia que me leva a pensar que dava um bom cupão e, felizmente, isso já aconteceu a outros membros da página que me sugeriram cupões. Aliás, desde a criação da página que encorajo as pessoas a contribuírem com as suas próprias ideias para cupões. Quantos mais, melhor!
Qual é o cupão que falta fazer?
Faltam tantos! Estão apenas limitados à imaginação e às coisas de que vou sentindo falta no dia-a-dia, que gostaria de dar ou que sei que outros gostariam de receber (ainda que sejam dados relutantemente). Já me vieram pedir cupões mais corrosivos, mais ruins, mas ainda não consegui afinar bem o tom para esses. Precisam de me apanhar num dia pior.
Qual é o teu cupão preferido?
Que pergunta terrível. Isso é como pedir a uma mãe para escolher o seu filho favorito — excepto que as mães têm sempre um filho favorito. De todos os cupões publicados até à data, os meus preferidos são provavelmente o “EU BEM TE AVISEI” ou o “TIME OUT — Vai para o canto pensar no que fizeste”. Não são dos mais calorosos que a página tem, mas sim aqueles que volta e meia mais vontade tenho de distribuir.
E se alguém te oferecer um cupão?
É bom sinal, quer dizer que estão a cumprir o seu propósito! Provavelmente açambarcava todos os cupões que me dessem para um dia cobrar toda a gente ao mesmo tempo. E depois fazia a minha própria "flash mob" de favores no Terreiro do Paço. Verdade que não me importava nada que mo oferecessem, especialmente se fosse o cupão para me fazerem a cama — que já lá está na página — porque até hoje essa é uma arte que me escapa.
Tens alguma ideia para um cupão do P3?
“Vale o furo do século” ou “Vale revelar ao P3 a verdadeira identidade do Super-Homem”, que é mais coisa, menos coisa, a mesma coisa.