Criada em Abril de 2012, a Porta Verde é a primeira loja “vintage” a funcionar na cidade de Aveiro. A sua meta é “ser mais do que uma estrutura comercial”. Por isso, pretende criar um “espaço cultural vivo” que possibilite o acolhimento de diferentes projectos, como pequenos concertos e exposições.
Depois de terem feito várias viagens a Londres, onde as lojas “vintage” são bastante comuns e cada vez mais uma “moda”, Margarida Torres e a Ana Cristina Vizinho decidiram juntaram o útil ao agradável: o gosto partilhado por objectos de épocas passadas a uma oportunidade de negócio.
Na Porta Verde é possível encontrar roupas, acessórios, peças de autor e mobiliário com design nórdico e italiano. Tudo vindo directamente do século XX, sobretudo, das décadas de 50, 60 e 70, mas que podem ser adaptadas aos tempos modernos.
Para além disso, Margarida Torres contou ao P3 que a loja pratica uma filosofia de “co-working” com outros artistas, permitindo-lhes divulgar o seu trabalho. Desta forma, consegue-se criar “uma dinâmica cultural essencial para atrair, sobretudo, um público mais jovem”.
A “nostalgia” do século XX
O século XXI trouxe consigo mudanças na área do design. Se antes os objectos tinham uma estética mais ligada ao pormenor, hoje opta-se pela "simplicidade da imagem aliada à função". Margarida Torres salienta que o design actual ao ser mais “imediatista e industrial” faz com que as pessoas sintam uma certa “nostalgia” em relação às linhas artísticas do século passado.
Assim, as lojas "vintage" surgem como máquinas do tempo que permitem matar a saudade dos tempos que já lá vão. Qualquer peça “vintage” traz sempre consigo “um bocadinho do passado de alguém”. Por isso, “é sempre explicado aos clientes a origem de cada artigo”, destaca.
Margarida Torres refere que uma loja “vintage” implica “um grande trabalho de pesquisa” que passa pela visita a mercados antigos e deslocações ao estrangeiro. Contudo, também negoceiam com particulares que possam ter peças que possam ser interessantes para a loja.
Neste momento, alguns dos “objectos especiais” que a Porta Verde tem são um triciclo com mais de 40 anos e um candeeiro “Semi” nórdico de suspensão datado de 1967 e que foi feito pela dupla dupla de arquitectos Claude Bonderup e Torsten Thorup.
Para já, Margarida Torres e Ana Cristina Vizinho vão continuar a “reaproveitar e a dar uma nova vida” às peças que encontram, ligando-as sempre que possível ao panorama cultural da cidade de Aveiro.