Aos quatro anos, teve o primeiro skate. Aos 25, Patrícia Ferreira de Malhão quis criar um. Arquitecta, desenhou a prancha dos seus sonhos, partindo de um modelo vintage. Escolheu a madeira, mandou cortá-la e, quando conheceu o ilustrador Rui Sousa, decidiu pedir-lhe para desenhar um cão Pug na tábua. A brincadeira correu tão bem (“foi um turbilhão!”, exclama) que decidiram oficializá-la.
Começava assim, em Setembro, o Pug Vintage Coreboards, projecto em que pranchas e tábuas, de skate, surf, snowboard ou até de cozinha, são feitas à mão, por encomenda, ao gosto de cada um.
A ideia inicial passou por resgatar as linhas antigas dos skates, principalmente dos anos 60 e 70, gerando “modelos mais funcionais”, explica Patrícia. Por exemplo, o primeiro de todos, o seu, tem uma pega para facilitar o transporte. Por outro lado, ao desenhar pranchas de raiz, tem a possibilidade de melhorar a aerodinâmica e, até, criar “novos tipos de skate”.
Skate, surf e tábuas de cozinha
O cliente quer uma “longboard”? Então tem uma “longboard”. Quer um skate para pôr na parede como decoração? Assim será (já aconteceu, aliás). Basta dizer o que deseja: Patrícia desenha, Rui ilustra.
Quem diz skates, diz pranchas de surf e snowboard ou, quem sabe, tábuas de cozinha com o amoroso logótipo do projecto. A ideia pode evoluir para a criação de um “merchandising” associado, como t-shirts, por exemplo.
O preço por uma obra destas ronda os 200 euros sem rodas e “trucks”. Claro que tudo depende da encomenda. “A margem de lucro é mínima”, garante Rui, até porque “é um objecto individual, não é para ser comercializado em massa”.
Depois de semanas um pouquinho paradas (Rui com exposições, Patrícia com a tese de mestrado), as tábuas vão voltar em força, até porque estão encomendas para sair. São eles que prometem. Agora é a vez do “pai” receber uma “longboard”. E a "mãe" deixa uma... inconfidência: “Ele até deu pulinhos de alegria!”