Emprego: cursos de aprendizagem são uma saída

Estudo concluiu que jovens que frequentam estes cursos de formação profissional têm uma vantagem de 20 pontos percentuais na sua inserção no mercado de trabalho

É preciso “promover uma abordagem mais activa dos centros de emprego, diz Pedro Martins Nuno Ferreira Santos
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É preciso “promover uma abordagem mais activa dos centros de emprego, diz Pedro Martins Nuno Ferreira Santos
Governo quer alargar o número de turmas Hugo Delgado
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Governo quer alargar o número de turmas Hugo Delgado

Os jovens que frequentam cursos de aprendizagem têm uma vantagem de 20 pontos percentuais na sua inserção no mercado de trabalho, face aos restantes que optem por outras vias de formação, afirmou o secretário de Estado do Emprego, Pedro Martins. Em declarações à Lusa, o governante referiu que “no âmbito dos cursos de aprendizagem, a partir do momento em que os jovens concluem estes cursos há um aumento de 20 pontos percentuais na sua inserção no mercado de trabalho”.

Esta é uma das principais conclusões de um estudo ao qual a Lusa teve acesso e que será divulgado esta quarta-feira em Lisboa. Este, elaborado pela Universidade do Porto, faz uma análise das políticas activas de emprego levadas a cabo em Portugal nos últimos dez anos.

Apesar de esta análise não abranger algumas políticas do actual Governo, como o Impulso Jovem ou o Estímulo 2012, Pedro Martins deu conta que esta é uma conclusão válida, uma vez que “a medida [a criação dos cursos de aprendizagem] começou em meados dos anos 1980”. “Agora, o que está a acontecer, é uma refocagem dos cursos de aprendizagem em áreas mais tecnológicas para tornar estes cursos mais efectivos”, afirmou, destacando que o Governo está apostado em alargar até ao final deste ano para 700 o número de turmas dos cursos de aprendizagem, uma medida que irá abranger 15 mil jovens.

Pedro Martins admitiu, contudo, que a entrada em funcionamento deste número de turmas poderá estender-se até ao próximo ano, mas manifestou-se convicto que “esta nova abordagem permite ao Governo aspirar a resultados ainda melhores do que os resultados verificados nos últimos dez anos”. Trata-se de cursos promovidos pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), no âmbito dos centros de formação profissional, em articulação com o Ministério da Educação e Ciência.

É objectivo deste estudo dar a conhecer “os efeitos ao nível da promoção do emprego das várias medidas que foram implementadas em Portugal nos últimos dez anos”, permitindo ao Executivo “compreender aquilo que pode funcionar melhor, o que pode funcionar menos bem e ter presente essa informação para o desenho de novas medidas”, acrescentou Pedro Martins. Uma das conclusões indica que “as medidas de emprego parecem produzir efeitos positivos sobre a probabilidade de emprego dos participantes no período após o início da participação (...) superior em dez a 25 pontos percentuais à probabilidade de emprego de um não participante”.

Pelo contrário, as medidas de formação, “com excepção das medidas de formação contínua e modular, exibem efeitos negativos ou nulos sobre a probabilidade de emprego dos participantes no período após o início da participação (...) podendo ao fim de quatro anos sobre o início da participação observar-se, em casos pontuais, aumentos de probabilidade de emprego na ordem dos dez pontos percentuais”. A análise alerta ainda para a necessidade de “promover uma abordagem mais activa dos centros de emprego no encaminhamento dos desempregados para as medidas mais adequadas ao seu perfil”.