O iPad tem desde 9 de Maio uma "app" para copiar objectos 3D para formato digital. Chama-se 123D Catch e é propriedade da Autodesk, empresa que desenvolveu o AutoCad. Esta aplicação permite ao utilizador modelar objectos em 3D, desde peças de decoração a joalharia, através de várias fotografias do objecto. O conjunto de fotografias deve reflectir uma visão de 360 graus do objecto e a câmara fotográfica deve mover-se apenas ligeiramente entre uma fotografia e outra, de forma a que possa haver redundância entre as imagens recolhidas. Depois de tiradas as fotografias, o utilizador faz "upload" das mesmas para a Cloud da Autodesk e é aqui que as fotografias vão ser rendidas para criar o modelo em 3D. Usando o 123D Sculpt, o utilizador pode ainda fazer ajustes no modelo de forma a personalizá-lo. Depois é só partilhar ou enviar para impressão 3D.
Existem já várias empresas a fazer impressão 3D para consumidores particulares com vários materiais disponíveis, como madeira, vidro, tecido, metal, borracha, ouro, prata, cerâmica e titânio. Sculpteo, Shapeways, Ponoko e i.materialise são apenas alguns exemplos de empresas que fazem "3D printing".
A impressão 3D poderá trazer grandes benefícios à produção/comercialização de objectos, pois permite a personalização de produtos que tradicionalmente são produzidos com especificações "standard" sem que esses ajustes signifiquem custos substancialmente diferentes, e à investigação, na medida em que potencia a prototipagem a um custo competitivo. O impacto irá fazer-se sentir nas mais variadas indústrias. A medicina é uma delas. Esta tecnologia permite melhorar determinados procedimentos médicos ou mesmo dar um toque “fashion” a próteses. Já se fazem implantes de próteses resultantes de impressão 3D, exemplo disso é um transplante do maxilar inferior, realizado numa senhora de 83 anos, que utilizou um implante “impresso” pela LayerWise. A Bespoke especializou-se em fazer revestimentos para próteses de pernas, cujo utilizador pode "desenhar", permitindo-lhe adquirir uma peça única com que se identifica.
Este tipo de "app" pode também ter impacto a vários níveis: poderá potenciar o comércio electrónico, permitindo que os utilizadores, através de modelos 3D de si próprios, possam “experimentar” vestuário online ou outro tipo de produto onde a biometria seja relevante; por outro lado, irá ajudar a fomentar um mercado paralelo de “pirataria”, à semelhança do que aconteceu nas indústrias da música, cinema e "software" com o aparecimento do formato digital. Com esta aplicação torna-se muito simples “copiar” um objecto que gostámos em casa de um amigo para mandar fazer igual, eliminando desta forma os custos de propriedade intelectual que os produtos têm.