É uma semana de agenda preenchida a do Teatro da Politécnica, que recebe a 13.ª edição do Festival Anual de Teatro Académico de Lisboa, o FATAL. Não são “cinco dias, cinco filmes”, mas são cinco dias com muitas peças de teatro, 14 ao todo, e não só.
De 14 a 19 de Maio, os diversos espectáculos conquistam, em cima de um palco, visibilidade para o teatro universitário português. Todas as peças serão às 21h30 e o ciclo começa esta segunda-feira, com "E(n)Xame", uma criação colectiva do Grupo Experimental de Teatro da Universidade de Aveiro, GreTUA, encenada por Jorge Fraga.
O “E(n)Xame”, que também é “exame”, consiste num “ataque político mas não partidário” e põe em causa a “nossa própria existência”, dizem. Esta terça-feira, o grupo da Faculdade de Letras de Lisboa, Artec, vai a Sófocles recuperar a peça "Antígona", posta em cena por Marcantonio Del Carlo. Acontecerá quase numa relação bilateral com os espectadores, com os quais se pretende discutir “a força e o poder da sociedade civil”, sob o espectro de um regime ditador.
Numa tentativa de espelho dos dias que correm, mas com contornos de sátira, o GTL, grupo da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, traz, no dia 16 de Maio, a peça "Domiciano", encenada por Ávila Costa. Domiciano discorre sobre “abusos de poder, traições, revolução, corrupção e ocultação de direitos”.
Quinta-feira é a vez do teatro universitário espanhol. O Grupo de Teatro Caín, ensaiado por Ignacio de Antonio, vem a Lisboa com a peça "Veja ao Verso", na qual cinco actores e um músico, despojados de adereços e figurinos, constroem a história a partir do público, eliminando assim qualquer fronteira que possa existir entre palco e plateia.
Já a Aula de Teatro Universitaria Maricastaña, que já não é novidade no FATAL, interpreta, na sexta-feira, "Um Novo Mundo Feliz" ("Admirável Mundo Novo") de Aldous Huxley, com encenação de Fernando DaCosta. Sobre um mundo que se torna invisível, consequência de “repetidas mentiras, falta de expectativas e pobreza extrema”.
O fim-de-semana encerra o FATAL com uma última peça, sábado, designada por "VOSCH-VUSCH", que trata de um “bosque em marcha” e que “representa a ambição como delírio, loucura, homicídio e vontade de poder”. Encenada por Catarina Santana e Joana Pupo, apresentada pelo TEUC, parte de "Macbeth" de William Shakespeare.
Na perspectiva de fazer falar em uníssono os grupos de Teatro Universitário e de Teatro Social, haverá o debate Teatro do Oprimido, Universidade e Periferias, e, na terça-feira, dia 22, às 17h30, na sala das janelas do Teatro da Politécnica. O grupo de oradores integra Joachim Bernquer, director do Goethe Institut; Gisella Mendoza, directora Artística do GTOLX – Grupo de Teatro do Oprimido de Lisboa; António Spencer Embaló, actor e encenador.
Ainda para apontar na agenda, está a "masterclass", no dia 18 de Maio, que parte da associação entre o Alkantara festival e o FATAL, e que conta criar um espaço de formação com o moçambicano Panaibra Canda e o sul-africano Boyzie Cekwana, ambos com vasta experiência internacional, a leccionar. Para participar, é necessária uma inscrição prévia até dia 17 de Maio que pode ser feita para o e-mail fatal@reitoria.ul.pt ou para o 210 113 406.