A rede internacional de universidades Universitas 21 avaliou, pela primeira vez, 48 sistemas de educação de todo o mundo e colocou os EUA no primeiro lugar. Portugal está em 23.º.
Os dados analisados pela rede Universitas 21 são, na maioria, de 2008 e 2009 e os quatro indicadores principais, com um total de 20 variáveis incluídas, são: recursos, resultados, conectividade e ambiente. Entre outros critérios, foi tido em conta o número de artigos publicados e o seu impacto, o investimento do Governo e do sector privado e o número de estudantes estrangeiros ou do sexo feminino.
Feitas as contas e as reservas dos autores do estudo que alertam para o facto de se estar a analisar um período específico e limitado do desempenho das instituições, os EUA surgem no primeiro lugar da tabela geral e Portugal na 23.ª posição entre 48 sistemas de ensino.
Portugal passou no exame da Universitas 21 com uma pontuação de 60.1 (em 100) na avaliação geral. Por “disciplina”, o sistema de ensino superior português obteve a nota de 88.8 em “Ambiente”; 58.3 em “Recursos”; 49.5 em “Conectividade”; e, por fim, 33.3 em “Resultados”. De acordo com o documento divulgado esta semana, os vários indicadores analisados têm em conta múltiplas variáveis e têm também um peso distinto para as contas finais. Assim, os “Recursos” valem 25% da nota final, o mesmo que o “Ambiente”, enquanto se valoriza os “Resultados” com 40% e a “Conectividade” corresponde apenas a 10%.
Índia em último lugar
O lugar de topo dos EUA explica-se sobretudo com a classificação obtida no indicador dos “resultados”, onde foram avaliados o número de artigos publicados e o seu impacto, que é o mais valorizado para um balanço global. Porém, o “top 10” é preenchido por países europeus onde se destacam os escandinavos – Finlândia, Noruega, Dinamarca e Suécia. No último lugar do ranking da Universitas 21 está a Índia.
Entre outras conclusões, os autores do estudo – do Melbourne Institute of Applied Economic and Social Research, da Universidade de Melbourne, na Austrália – notam que em 40 dos 48 países analisados há, pelo menos, 50% de mulheres a frequentar o ensino superior mas que, por outro lado, em apenas cinco países o sexo feminino preenche os lugares nas universidades como trabalhadoras.
“O que apresentamos é uma fotografia dos sistemas de ensino superior num dado momento. Uma análise empírica mais detalhada sobre o que funciona nestes sistemas exige um acompanhamento ao longo do tempo para perceber como os sistemas evoluem”, referem os autores do trabalho nas considerações finais. Por outro lado, sublinha-se ainda que os países com populações muito numerosas necessitam de um trabalho rigoroso na avaliação dos sistemas.