A publicidade na web actual

Que sentido faz continuarmos a receber publicidade sobre adereços para gatos quando não temos gatos? Só porque fazemos parte de um grupo de animais abandonados?

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GOIABA/Flickr

O Facebook e a Google baseiam-se nos nossos dados pessoais para fazer uma triagem à publicidade que devemos receber. Apesar dos lucros, a julgar pela oferta que nos apresentam, não têm sido bem sucedidos.

O esforço é notório. Num misto de utilidade e “stalker services” para todos os gostos, o Google apresenta-nos localizadores de amigos e armazena calendários e conversas pessoais. Como se não fosse suficiente, recentemente vieram a público notícias que nos dizem que a Google quer monitorizar as nossas chamadas telefónicas para nos poder oferecer melhor publicidade. Consta que a privacidade pessoal é coisa do passado e aparentemente não há barreiras.

Mas sendo assim, que sentido faz continuarmos a receber publicidade sobre adereços para gatos quando não temos gatos? Só porque fazemos parte de um grupo de animais abandonados?

Tanto os "thinkers" da tecnologia como os da terminologia sabem que acrescentar dados (género, idade) a dados (localização, religião, artistas preferidos) só adia um problema de base.

Onde começa então a limitação da publicidade na web?

Para pensar em tudo isto, é bom que não percamos de vista que os dados representam unidades elementares e independentes, isto é, sem conexão e sem compreensão acrescentam pouco valor. Ao contrário daquilo que nos fazem crer, enquanto as palavras homógrafas forem uma confusão para os "softwares" actuais, os dados dificilmente serão futuro de qualquer organização que opere com tecnologia.

É preciso atribuir um pouco de aprendizagem a tudo isto.

Para vingar, as empresas do futuro necessitarão de tecnologias que lidem com o Conhecimento. O futuro do marketing, da publicidade ou dos serviços secretos passará primeiro por entender o que dizemos e só depois inferir o que não dizemos.
O Facebook pergunta-nos “What’s on your mind?”… talvez a pergunta não seja ingénua. Eles precisam mesmo saber o que pensamos.

Mas entretanto, desconfiem de futuristas que nos dizem que o futuro das empresas e da economia passa pelos nossos dados pessoais.

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