A emigração ameaça deixar de ser a válvula de escape para os jovens portugueses que não conseguem entrar no mercado de trabalho. Pelo menos no espaço europeu que, segundo o Eurostat, já soma 5.579 milhões de desempregados com menos de 25 anos.
Se em Portugal a taxa de desemprego entre os jovens já ultrapassa os 30 por cento, o cenário nos países vizinhos não é mais cor-de-rosa. Em Espanha, por exemplo, são 49,6 por cento os jovens que não conseguem trabalho.
Em segundo lugar na lista dos campeões do desemprego jovem surge a Grécia, com 46,6 por cento de jovens desempregados, e a Eslováquia: 35,1 por cento. Depois vem Portugal que, em Novembro e ainda segundo o organismo estatístico da União Europeia, somava 143 mil jovens a espreitar o mercado de trabalho por um canudo.
Crise penaliza mais os jovens
Os 5,6 milhões de desempregados nos 27 países que compõem a União Europeia traduzem uma taxa de 22,3 por cento. É mais do dobro dos 9,8 por cento para o desemprego em geral. Na zona euro, a realidade não é muito diferente: 10,3 por cento de desemprego em geral para 21,7 por cento de desemprego jovem.
Sem surpresas, os jovens surgem assim como o grupo mais penalizado pela crise – pior só as famílias com crianças, sobretudo as monoparentais. Basta referir a propósito que o desemprego de longa duração entre os sub-25 quase duplicou em apenas três anos: dos 3,6 por cento na Primavera de 2008 para os 6,1 por cento de Novembro.
Para quem ainda assim estiver a pensar emigrar, há países que se saem menos mal na fotografia europeia. A Alemanha, a Áustria e os Países Baixos têm taxas de desemprego jovem abaixo dos dois dígitos. A Bélgica é destino emigratório a encarar com muita cautela (atingiu os 21,7 por cento de desemprego jovem) e a Finlândia e a Suécia também: têm 19,6 e 23,2 por cento dos jovens desempregados.