Associações académicas protestam contra sistema de atribuição de bolsas
Associações de Estudantes do Ensino Superior iniciam protesto de três dias contra o sistema de atribuição de bolsas
As Associações de Estudantes e Académicas do Ensino Superior iniciam hoje, 20 de Dezembro, três dias de protesto contra o sistema de atribuição de bolsas, culminando na quinta-feira com uma acção de sensibilização no Parlamento.
A 10 de Dezembro, reunidas em Braga num Encontro Nacional de Direcções Associativas (ENDA) extraordinário, as associações estudantis aprovaram para hoje, quarta-feira e quinta-feira acções públicas como “forma de protesto” contra o actual Regime de Atribuição de Bolsas para o Ensino Superior, sob o mote “o Natal está negro”.
Em declarações à Lusa, o presidente da Federação Académica do Porto (FAP), Luís Rebelo, alertou que “com os contínuos atrasos no pagamento das bolsas, com as famílias a passar mais dificuldades, com os cortes salariais, com a taxa de desemprego e quando o sistema de acção social não consegue dar resposta a estas problemáticas sociais, naturalmente haverá mais pessoas a abandonar o ensino superior”, tendo este número já ultrapassado os seis mil estudantes este ano lectivo, em termos nacionais.
As acções começaram hoje “com a divulgação de uma imagem corporativa que faz referência a um natal difícil por parte dos estudantes do ensino superior”, sob o mote ‘o Natal está negro’, sendo esta uma “imagem muito marcada, com a presença muito forte da cor preta” que vai estar presente nos jornais, redes sociais, nos sites institucionais das associações académicas e de estudantes.
“Na quarta-feira teremos acções de sensibilização a nível local que passarão, em muitas cidades, pela colocação de árvores de natal com faixas negras, fazendo alusão a essa frase de que o Natal está negro no ensino superior. É uma acção que se vai replicar em diversas cidades: Braga, Porto, Coimbra, Lisboa, Setúbal, Faro”, anunciou o dirigente estudantil.
Acção na Assembleia da República
Segundo Luís Rebelo, para quinta-feira está marcada “uma acção única a nível nacional, em que os dirigentes associativos, em representação dos estudantes do ensino superior, se deslocarão a Lisboa para uma acção de sensibilização na Assembleia da República, que passará também por uma vigília, fazendo alusão aos mais de seis mil estudantes que, pelas contas das instituições, já abandonaram o ensino superior” este ano.
“Também faremos uma paragem na secretaria de Estado do Ensino Superior para sensibilizar para estes problemas. Mais uma vez os atrasos crónicos na atribuição das bolsas de estudo. É impensável que, ano após ano, as pessoas continuam a receber as bolsas extremamente tarde”, condenou.
Para o presidente da FAP “os atrasos são o problema mais crónico do processo de atribuição de bolsas”, sendo também feita “alusão à questão dos estudantes do primeiro ano que, ao contrário de todos os outros, só tiveram uma única fase para fazer o requerimento à bolsa de estudo”.
“Durante a tarde de quinta-feira faremos também, na Assembleia da República, a entrega de um pequeno manifesto aos partidos que estiverem disponíveis para receber, no qual daremos conta de algumas posições do movimento associativo face ao actual ano e aos actuais procedimentos de requerimento de bolsa de estudo”, antecipou.