Bolsas de estudo: Associações académicas exigem novos prazos
Estudantes acham que o processo de pedido de bolsa é confuso e demorado - e pedem um período maior de adaptação
Novo formato de candidaturas às bolsas no ensino superior para os novos alunos está longe de ser consensual. Associações Académicas pedem um maior período de adaptação. Alunos afirmam que o processo de pedido de bolsa é confuso e demorado.
Este ano lectivo, o processo de candidatura a bolsas de estudo foi alterado. Com o novo regulamento, os alunos que entram no Ensino Superior têm de formular toda a candidatura antes do resultado das colocações e num formato completamente digital. Segundo o Ministério da Educação e Ciência, as alterações têm por objectivo desmaterializar e simplificar o processo a nível administrativo.
As várias associações académicas, reunidas no Encontro Nacional de Direções de Associaçoes (ENDA), realizado no Porto a 3 de outubro, apresentaram uma moção dirigida à Direção-Geral de Ensino Superior (DGES), na qual exigem a abertura de novos prazos de candidatura às bolsas, devido ao facto de este ter sido o primeiro ano em que o novo regulamento foi posto em prática. Declaram que existem alunos que não se candidataram por desconhecimento do novo formato e que os serviços de informações da DGES são incapazes de dar "resposta às solicitações individuais estudantis".
Desconhecimento é o maior problema
Falámos com alguns estudantes que ingressaram, este ano lectivo, na Universidade do Porto (UP) e se viram confrontados com o novo formato de candidatura. Rui Pinto, aluno do 1.º ano da licenciatura em Direito, afirma [Ouvir] que o sistema é simples, porém um pouco deficiente a nível de informações de prazos para os candidatos.
Cátia Dias, aluna do 1.º ano da licenciatura em Geologia refere [Ouvir] que o processo é demorado e que os alunos deviam ser melhor informados. A estudante da FCUP afirma que tem vários colegas que não pediram bolsa devido a desconhecimento.
João Carvalho, director dos Serviços de Ação Social da Universidade do Porto (SASUP) concorda que o novo formato é demorado e dá mais trabalho aos alunos que se querem candidatar à bolsa. No entanto afirma não haver razão para casos de desconhecimento por parte dos alunos.
"A informação é imediata no momento da candidatura ao Ensino Superior", defende. Para João Carvalho, a nível administrativo, o novo processo "não complicou nem simplificou" o trabalho de anos anteriores.