A dissidência política e a evasão fiscal eram os motivos apontados pelas autoridades chinesas para investigar – e prender – Ai Wei Wei. Mas, no final desta semana, o artista descobriu que também estava a ser investigado por espalhar pornografia. Wei Wei ainda se riu, até um assistente ter sido levado para prestar declarações.
O problema está numa fotografia feita por Zhao Zhao, o assistente que na quinta-feira, segundo o próprio Wei Wei, foi levado para uma esquadra da polícia na capital, Pequim, de onde o artista está proibido de sair. “Disseram-lhe claramente que se tratava de investigação que agora estavam a fazer sobre mim, por pornografia”, disse, à AFP.
A fotografia, intitulada “Um Tigre Oito Seios” (tradução livre do inglês) mostra Ai Wei Wei rodeado por quatro mulheres, os cinco nus, num interior aparentemente vazio. “Quando me prenderam, disseram ‘isto é pornografia’, mas eu ri-me e disse: ‘sabem o que é pornografia?’”, contou. “Nudez não é pornografia”, afirmou, nesta sexta-feira.
O artista recordou, em declarações àquela agência, por telefone, a história da fotografia: “Quando internautas vieram ter comigo para tirar fotografias, perguntámos por que não fazíamos fotografias de nudez. Como toda a gente concordou, fizemos e publicámo-las na Internet. E foi isso. Nunca mais pensámos no assunto.”
Mas onde Ai Wei Wei vê apenas nudez, as autoridades chinesas vêem obscenidade – e avançaram com mais uma investigação sobre o artista, que ainda este ano esteve 81 dias preso, em parte incerta.
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