depA: mais do que um departamento de arquitectura

Curadoria, crítica, fotografia... o depA quer ter de tudo um pouco. No centro, claro, está a arquitectura

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Arquitectos do depA conheceram-se na Universidade de Coimbra Paulo Pimenta

Conheceram-se na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. Carlos Azevedo, Luís Sobral, Carlos Guimarães, João Castanheira, Sofia Coutinho, João Crisóstomo e Susana Martins trabalharam juntos durante o curso e chegaram a competir uns contra os outros.

Depois foram parar ao Porto, porque foi onde arranjaram trabalho. Os encontros pós-laborais para convívio misturaram-se com a troca de ideias para projectos arquitectónicos em conjunto e a necessidade de um espaço acabou por empurrá-los para a criação do depA, departamento de arquitectura. Mas não só.

“Nós sempre quisemos trabalhar em conjunto. Começámos por fazer concursos, por discutir ideias, por desenhar objectos… No fundo, criar um grupo de trabalho e vencer a inércia que, se calhar, é demasiado comum na nossa geração”, conta João Crisóstomo.

Jovens trazem "inquietação"

Para o membro do depA, as dificuldades inerentes à condição de jovem arquitecto são naturais, porque na arquitectura “é preciso ter uma bagagem e uma experiência profissional, cultural e científica muito grande, que só se adquire ao longo dos anos”.

Mesmo assim, os jovens trazem algo que os mais experientes nem sempre têm, como explica Carlos Azevedo: “O nosso espírito jovem traduz-se numa certa inquietação, que é uma coisa que provavelmente vai deixando de haver com a maioria dos arquitectos”. A acomodação “natural” de “quem já tem uma carteira de clientes e uma linguagem definida”, acrescenta, encontra o seu contraponto nos jovens que “aproveitam esta inquietação”.

E os jovens encontram nos concursos a oportunidade ideal para experimentar e explorar conceitos. O depA agarrou a oportunidade de um concurso para a criação do museu Santiago Ydañez, em Espanha, e “após muitas noitadas” conseguiram desenvolver o projecto vencedor, de entre mais de 200 candidatos.

depA não é só arquitectura

Mas, sublinham, não se dão ao luxo de se dedicar somente à arquitectura. Aliás, à construção: porque mesmo os seus projectos de curadoria, crítica e fotografia têm no centro a disciplina que os une.

“Isto, mais do que um ateliê de arquitectura, é encarado como um grupo de produção. E produção implica provavelmente produzir um livro sobre casas ou produzir uma exposição, que é o que está a acontecer”, explica João Crisóstomo.

E como se conjuga em harmonia a criatividade de sete pessoas? “A verdade é que funcionamos bem, temos todos gostos diferentes e as nossas discussões normalmente fazem sempre as coisas andarem para o sítio certo”, responde Carlos Azevedo. E o seu homónimo, Carlos Guimarães, vai mais longe: “Modéstia à parte, é brutal quando os sete conseguem chegar a um consenso”.

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