Radiografia da Guiné-Bissau

Retrato de um país rural, dono de um dos piores índices de desenvolvimento humano do planeta e onde quase 65% da população vive com menos de dois dólares por dia

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A maior parte da população vive em meio rural, embora agora se assista a um forte êxodo Carla Carvalho Tomás/arquivo

População

Estima-se que a população da Guiné-Bissau ronde um milhão e meio. A maior parte vive em meio rural, embora nos últimos anos se tenha assistido a um forte êxodo dos campos para a cidade-capital, Bissau, que está a crescer a um ritmo descontrolado. O índice de fecundidade mantém-se elevado (6.8), a taxa de mortalidade infantil também (149,5).

Desenvolvimento

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Nas zonas rurais, apenas 46% das crianças dos 7 aos 12 anos frequentam a escola Carla Carvalho Tomás/arquivo

A Guiné-Bissau é dona de um dos piores índices de desenvolvimento humano do planeta. Ocupava o 173.º lugar na lista de países que figuraram no relatório das Nações Unidas em 2009. A culpa será, em parte, dos muitos sobressaltos que o país tem sofrido – em particular desde o conflito armado de 1998-1999.

Pobreza

A pobreza marca a Guiné-Bissau – 64,7 por cento da população vive com menos de dois dólares americanos por dia. A esperança média de vida nem chega aos 50 anos – 47 para as mulheres, 43 para os homens. O acesso a água potável é um dos mais bicudos problemas do quotidiano.

Educação

O analfabetismo afecta 48% dos maiores de 15 anos. E quem olha para as escolas da Guiné-Bissau, a funcionar em instalações quase sempre precárias, com professores que amiúde se queixam de salários em atraso, não prevê mudança acelerada. Nas zonas urbanas, apenas 69% das crianças dos 7 aos 12 anos frequentam a escola. Nas zonas rurais, 46.

Economia

A economia da Guiné-Bissau assenta no sector primário. A crise alimentar de 2008/2009 mostrou bem os riscos da aposta que nos últimos 20 anos se fez no cultivo da castanha de caju e que tem como contrapartida a dependência de arroz do sudoeste asiático. O avanço do caju é, de resto, um dos responsáveis pela devastação da floresta, que ocupa à volta de 55 por cento do território. Há concessões activas para exploração de petróleo, fosfato e ouro.

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