Duterte diz que alto-comissário da ONU para os direitos humanos tem a "cabeça oca"

Chefe de Estado filipino voltou a ofender um responsável internacional, depois de ter sido criticado.

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Reuters/SAMRANG PRING

O Presidente filipino, Rodrigo Duterte, juntou mais um alvo à sua colecção de responsáveis internacionais por si injuriados. Desta vez, tratou-se do responsável pelos Direitos Humanos da ONU, que criticou a postura agressiva de Duterte.

Em Março, Zeid Raad al-Hussein tinha aconselhado Duterte a submeter-se a uma “avaliação psiquiátrica”, depois de o Governo de Manila ter incluído a enviada especial da ONU para os direitos dos povos indígenas, Victoria Tauli-Corpuz, numa lista de rebeldes “terroristas” associados a grupos maoístas.

O Presidente filipino não quis deixar o jordano sem resposta e, entre outras ofensas, chamou-lhe “cabeça oca”. “Olha, tu tens uma cabeça grande, mas está vazia. Não há massa cinzenta entre as tuas orelhas, está oco, vazio. Não consegues ter sequer um nutriente para que o cabelo cresça porque o cabelo dele não está lá”, afirmou Duterte durante uma conferência de imprensa na terça-feira.

O chefe de Estado filipino disse, aparentemente de forma irónica, já ter consultado um psiquiatra. “Ele disse-me: ‘Você está bem, presidente, apenas gosta muito de dizer asneiras”, continuou Duterte.

Desde que foi eleito em 2016, Duterte não tem poupado nas ofensas que dirige a vários líderes e dirigentes internacionais, incluindo o ex-Presidente dos EUA, Barack Obama, ou o Papa Francisco.

A ONU tem revelado muita preocupação com a guerra contra as drogas lançada por Duterte e que já terá custado a vida a 4100 pessoas abatidas pela polícia e por grupos de vigilantes armados. Alguns grupos de defesa dos direitos humanos dizem que o número de execuções poderá ser mais elevado. Os críticos dizem que a esmagadora maioria das vítimas são consumidores pobres a quem não é dada qualquer hipótese de defesa, mas a maioria da população continua a apoiar a ofensiva.

O próprio Duterte é suspeito de ter levado a cabo algumas execuções pessoalmente quando era autarca da cidade de Davao, onde durante anos pôs em prática uma política muito agressiva contra o tráfico e o consumo de droga.

“Estão a sonhar se pensam que me vão prender”, garantiu Duterte esta semana.

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