Escritório da Cambridge Analytica em Londres alvo de buscas
Funcionários da agência de protecção de dados britânica entraram esta sexta-feira acompanhados de seguranças para revistar os servidores.
Um grupo de agentes do órgão responsável pela fiscalização de dados no Reino Unido efectuou buscas nesta sexta-feira aos escritórios londrinos da Cambridge Analytica. A notícia é avançada pela agência Reuters e surge dias depois de se ter revelado que a empresa usou 50 milhões de perfis de utilizadores do Facebook para melhorar o seu serviço de identificação de eleitores nos Estados Unidos e no Reino Unido.
A busca foi feita depois que um juiz do Supremo Tribunal ter aprovado um mandado pedido pela agência de protecção de dados e foi conduzida por cerca de 20 funcionários, identificados com o nome da agência de protecção de dados, a Information Commissioner's Office. “Estamos satisfeitos com a decisão do juiz e planeamos executar o mandado rapidamente”, disse um porta-voz da entidade à Reuters.
De acordo com a mesma fonte, os funcionários entraram no prédio acompanhados por seguranças e à saída levaram caixas com eles. O pedido de autorização para buscas visava aceder aos servidores da Cambridge Analytica e a bases de dados.
“Trata-se de uma parte de uma investigação mais vasta sobre a utilização de dados pessoais para fins políticos. Vamos agora recolher informação, avaliar e examinar os elementos de prova antes de tirarmos conclusões”, disse o mesmo porta-voz.
Elizabeth Denham, directora do Information Commissioner's Office, solicitou o mandado depois de se tornarem públicas as primeiras notícias de que a empresa tinha apoiado a campanha presidencial de 2016 de Donald Trump nos EUA, já depois de um primeiro pedido à empresa, que não teve resposta nos prazos definidos.
Esta quinta-feira, um juiz tinha adiado a decisão, atrasando as buscas cerca de 24 horas.
O CEO e fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, admitiu na quarta-feira que sua empresa cometeu erros e que quebrou a confiança de utilizadores e anunciou um conjunto de medidas para restringir o acesso a dados dos utilizadores, incluindo uma auditoria a milhares de aplicações.
Num comunicado assinado nesta sexta-feira pelo agora responsável pela Cambridge Analytica, Alexander Tayler diz que foram feitas verificações em 2015 que demonstram que a informação do Facebook foi apagada. No entanto, está agora a ser conduzida uma auditoria, realizada por uma entidade independente, para verificar a situação.