Coca-Cola promete investir 120 milhões em Portugal

Aposta em novos produtos, além dos refrigerantes, implica plano de investimento de cerca de 40 milhões por ano com forte componente de publicidade e marketing

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LUSA/RUI MINDERICO

A Coca-Cola diz que vai investir 120 milhões de euros em Portugal, nos próximos cinco anos, para se transformar numa “empresa total de bebidas”, revelou esta terça-feira a Coca-Cola European Partners (CCEP), empresa que detém a fábrica da marca em Portugal.

O plano da Coca-Cola para o mercado português é entrar na produção e comercialização de novas categorias de bebidas, além dos refrigerantes, explicou o director de comunicação da CCEP ao PÚBLICO.

“Pretendemos aumentar o nosso portefólio, entrar em novas categorias de bebidas, com produtos orgânicos, biológicos e de sementes, como os cafés”, disse Márcio Cruz, excluindo as bebidas alcoólicas.

O investimento para a concretização deste plano, a cinco anos, envolve um montante total de 120 milhões de euros que, segundo o mesmo responsável será repartido pelas áreas industrial, logística e comercial, a uma média de 40 milhões por ano.

Boa parte dos 120 milhões de euros, que Márcio Cruz não quantificou, será investida no esforço comercial de conquista de quota de mercado para os novos produtos a desenvolver pelo que, nos próximos anos, a empresa vai aumentar consideravelmente o investimento em marketing e publicidade.

Para investimento na fábrica, em Azeitão, estão reservados já para este ano 1,5 milhões de euros, na melhoria das oito linhas de montagem, mas, nos anos seguintes, e em função da inovação e desenvolvimento dos novos produtos, esta unidade industrial em Portugal vai receber outros montantes, para acolher as novas produções.

O anúncio do investimento de 120 milhões foi feito pelo novo responsável da CCEP para Portugal, Rui Serpa, na cerimónia que assinalou os 40 anos da fábrica, em Azeitão, e que contou com a presença do ministro da Economia.

Sobre o novo imposto sobre as bebidas açucaradas (IABA), que, até Dezembro de 2017, rendeu uma receita fiscal de 69,6 milhões de euros, o governante confirmou que o grupo de trabalho criado para avaliar o impacto da taxa, está a estudar a criação de novos escalões.

“O grupo está a trabalhar no sentido de desenvolver melhor o incentivo para que a medida seja vista como incentivadora e não penalizadora”, disse Manuel Caldeira Cabral.

O ministro defende que as empresas produtoras de bebidas açucaradas, como a Coca-Cola, estão a “beneficiar” do crescimento do mercado nacional, por via do aumento do rendimento das famílias e do incremento do número de turistas que visitam Portugal.

Caldeira Cabral disse ainda que a presença da Coca-Cola em Portugal é um “produto simbólico” da abertura do país ao investimento estrangeiro e notou que a fábrica se instalou com a chegada da liberdade permitida pelo 25 de Abril.

A fábrica da CCEP em Azeitão emprega 112 pessoas, sendo que a Coca-Cola tem 420 empregos directos em Portugal e, segundo um estudo de impacto que realizou recentemente, gera um total superior a cinco mil postos de trabalho indirectos.

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