Roma quer proibir carros a diesel no centro a partir de 2024

Poluição na cidade ameaça não só a saúde, mas também monumentos antigos.

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A poluição ameaça monumentos antigos e no Vaticano a Basílica de São Pedro, recentemente limpa, já começa a mostrar novas manchas de poluição ALESSANDRO DI MEO/EPA

A presidente da Câmara de Roma, Virgina Raggi, anunciou que planeia impedir totalmente a entrada de carros a diesel no centro da cidade até 2024. “Se queremos intervir de modo sério, temos de ter a coragem de adoptar medidas fortes”.

A decisão de Raggi foi anunciada no Facebook nesta terça-feira, o dia em que na Alemanha um tribunal decidiu que as cidades alemãs podem tomar medidas como impedir a entrada de veículos a diesel no centro das cidades sem esperar por legislação nacional.

As cidades alemãs, pressionadas por grupos de defesa do ambiente, vinham a evitar tomar esta decisão, vista como altamente penalizadora para a grande indústria automóvel alemã, para as pequenas e médias empresas (de electricistas a cuidadores de saúde, que se apoiam nestes veículos para se deslocar às cidades), e para cidadãos comuns, que verão o valor dos seus automóveis a diesel antigos cair a pique.

Roma é uma das cidades europeias com mais trânsito e a poluição afecta não só a saúde das pessoas, mas também os monumentos antigos. Segundo um estudo do Ministério da Cultura, 3600 monumentos em pedra e 60 estátuas de bronze estão em risco de deterioração por causa da poluição do ar, e a Basílica de São Pedro, cuja fachada escurecida foi limpa para marcar o início do milénio em 2000, já recomeçou a ter manchas.   

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A Basílica de São Pedro está a sofrer com a poluição automóvel ETTORE FERRARI/EPA

Outras cidades europeias, como Paris ou Atenas, planeiam banir os carros a diesel dos seus centros até 2025, e a Noruega planeia impedir, no mesmo ano, a venda de veículos a diesel. Paris prevê o fim do diesel a partir de 2040 e Londres estuda fazer o mesmo.

A cidade de Roma já tentou medidas de redução de entrada de carros, como impedir a entrada de veículos mais antigos em dias de maior poluição, ou deixar apenas carros com matrículas pares ou ímpares circular em dias alternados – mas estas medidas não são alvo de grande fiscalização e as pessoas encontram modos de as contornar: muitas famílias, diz a agência Reuters, têm, por exemplo, dois carros, um com matrícula par e outro ímpar.

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