Cinco cidades portuguesas entre as que mais usam energias renováveis
Dados da CDP (Carbon Disclosure Project), revelam que no Porto, em Fafe, em Cascais, na Moita e em Braga, mais de 70% da electricidade vem de fontes renováveis.
Fafe é, entre as oito cidades portuguesas que reportam dados à CDP (Carbon Disclosure Project), a campeã na utilização de energias renováveis. Dados de 2017, indicam que toda a energia eléctrica ali consumida foi obtida através de energias renováveis.
Seguem-se Braga (79%), Porto (75,3%), Moita (73,1%) e Cascais (73%), na lista das que dizem que pelo menos 70% da electricidade utilizada vem de fontes renováveis. Os dados divulgados são reportados pelas próprias cidades.
Na Europa, só 21 cidades constam desta lista de 101. Mais de metade fica na América Latina (57%) — 47 são brasileiras.
A CDP é uma organização sem fins lucrativos que promove a difusão de dados sobre o impacto ambiental de municípios e empresas. Nesta terça-feira, divulga os números referentes à origem da energia consumida por centenas de cidades em 2016 e 2017.
Além de Fafe, outras 43 cidades em todo o mundo reportam a utilização exclusiva de electricidade obtida através de energias renováveis. Basileia, na Suíça, Reiquejavique, na Islândia, e Burlington, nos Estados Unidos, são alguns exemplos.
Mas nem toda a electricidade vem das mesmas fontes de energia renovável. A CDP divide-a em oito categorias: solar, eólica, hídrica, energia das ondas, biomassa, geotérmica, não nuclear e não proveniente de combustíveis fósseis. Nas cidades portuguesas destacadas, a maioria recorre à electricidade obtida através da energia hídrica e eólica.
Lisboa, Ovar e Guimarães abaixo dos 70%
Nem todas as cidades que reportam dados sobre a utilização de energias renováveis têm um lugar na lista acima dos 70%. É o caso de Ovar (25%), Guimarães (46%) e Lisboa (58%). Nestes casos, o uso de fontes de energia como o gás, o carvão ou o petróleo ainda pesa mais de 30%.
Ainda assim, “os dados revelam notícias encorajadoras, especialmente para Portugal, ao mostrar que as cidades podem passar a utilizar energias renováveis”, faz saber o CDP ao PÚBLICO.
No caso das cidades que não reportam informação, a organização salienta que isso “não quer dizer que o uso de energias renováveis seja escasso”. E reconhece que, “apesar de mais de 500 cidades já reportarem dados e de este número estar a crescer depressa, este ainda não é o quadro global das iniciativas ambientais desenvolvidas no território urbano”.
“As cidades são responsáveis por 70% das emissões de dióxido de carbono e há um grande potencial para liderarem e construírem uma economia sustentável", diz Kyra Appleby, uma das directoras da CDP.