Paquistanês condenado à morte por violação e assassínio de menina de sete anos

Residentes queixam-se de incompetência da polícia, que demorou a identificar um assassino activo há pelo menos um ano.

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Amin Ansari, o pai, depois de conhecido o veredicto RAHAT DAR/EPA

O corpo de Zainab Ansari foi encontrado numa lixeira na cidade de Kasur, a Sul de Lahore, a 9 de Janeiro, cinco dias depois de ter desaparecido. A família e muitos paquistaneses manifestaram-se contra a alegada incompetência da polícia e chegou a haver dois manifestantes mortos em confronto com as autoridades.

Imran Ali, condenado a quatro sentenças de morte, foi entretanto ligado pela polícia e pelo ministro chefe da província do Punjab a ataques e assassínios de outras meninas na área, ao longo de pelo menos um ano.

É um serial killer e acabará por ser julgado pelos outros crimes, garante o procurador. Mas os habitantes de Kasur não perdoam às autoridades pelo tempo que demorou até que fosse identificado e preso.

Desta vez, dezenas de testemunhas falaram contra o atacante, mas também havia provas forenses incriminatórias. Familiares de Zainab chegaram a recuperar as imagens das câmaras de segurança públicas dos seus últimos movimentos, em que a menina é levada por um homem. Ali, que vivia perto, foi identificado pelos vizinhos de detido a 13 de Janeiro.

“Estou muito agradecido ao procurador, ele tratou Zainab como se fosse a sua própria filha”, disse à Al-Jazira o pai da menina, Amin Ansari.

Todos os dias, há pelo menos dez casos de abuso de crianças no Paquistão, segundo a ONG Sahil, que trabalha na protecção infantil. Em 2015, mais de 200 crianças foram alvo de um gangue de pedofilia que operava na de Hussan Khanwala, a uns 10 km de Kasur. As crianças eram exploradas sexualmente e gravadas – as imagens eram vendidas ou usadas para chantagear as famílias.

“As próximas gerações têm de ser salvaguardas e as crianças em todo o lado precisam de ser protegidas”, diz Amin Ansari.

De acordo com números de um relatório conjunto da Sahil com o Ministério dos Direitos Humanos, houve pelo menos 17,862 casos de abuso sexual de crianças no país entre 2013 e 2017, com as vítimas a incluir 10,620 raparigas e 7,242 rapazes.  

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