Nikolas Cruz era um perigo — e todos sabiam
Era obcecado por armas e participou em programas de treino militar para menores, revelaram fontes do Pentágono. Líder de grupo supremacista garantiu que pertencia à sua organização.
Nikolas Cruz, que no Dia de São Valentim matou 17 pessoas no liceu de onde foi expulso na Florida (EUA), era obcecado por armas e participou em programas de treino militar para menores, revelaram fontes do Pentágono citadas pela agência AFP.
Num vídeo que divulgou no YouTube e em que não diz quem é, Cruz, de 19 anos, disse que um dia iria ser “um atirador profissional numa escola”. A frase levou um utilizador que a ouviu a avisar o FBI para o risco de poder realizar um ataque numa escola. “O FBI investigou, mas não conseguiu identificar a pessoa que fez o comentário”, disse um representante desta polícia na Florida.
Segundo confirmou o xerife de Broward, o atirador é um antigo aluno da Escola Secundária Marjory Stoneman Douglas, em Parkland. Problemas disciplinares levaram à sua expulsão, disseram as autoridades sem especificar o que aconteceu. Cruz, que está detido e vai ser acusado de 17 homicídios premeditados, estava inscrito noutra secundária da zona.
Logo após o crime, pessoas que conhecem Cruz disseram aos media americanos que é “um miúdo perturbado”. Testemunhos citados pelo jornal The New York Times disseram que gostava de exibir as suas armas e de se gabar sobre os animais que tinha morto — a mãe foi ao ponto de chamar a polícia a casa para “pôr tino no filho”, conta o Times. De acordo com o Sun Sentinel, citado pelo Guardian, a mãe de Nikolas Cruz morreu em Novembro do ano passado, de pneumonia – Cruz e o seu irmão Zachary tinham sido adoptados.
Não foi explicado ainda como arranjou as armas com que caçava e com que matou na escola (uma arma semi-automática AR-15 e “inúmeros” carregadores), segundo a polícia. Mas o advogado da família, Jim Lewis, disse às autoridades ter conhecimento de que Cruz possuía aquela arma e que era obrigado a mantê-la fechada num cofre, ainda segundo o Guardian.
O líder de um grupo de supremacistas brancos disse entretanto à Associated Press que Nikolas Cruz era membro da sua organização.
Na escola, Cruz andava quase sempre sozinho, tinha poucos amigos e alguns alunos disseram que tinham medo dele por ter um comportamento errático e gostar de violência.
“Ele andava sempre com armas”, disse à WFOR-TV um estudante que não quis dar o nome. “As coisas doidas que ele fazia não eram apropriadas à escola e foi expulso várias vezes por causa dessas coisas.”