Parlamento chama Paulo Macedo sobre comissões e redução de trabalhadores na CGD
Requerimentos do Bloco de Esquerda, aprovados por unanimidade, incluem audição do presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Caixa.
Paulo Macedo, presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos (CGD), vai ser chamado ao Parlamento para explicar o aumento de comissões e a forma como está a ser feita a redução de trabalhadores. A proposta de audição partiu do Bloco de Esquerda (BE) e foi aprovada por unanimidade, esta quarta-feira, na Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administração (COFMA).
Outro requerimento do BE, também aprovado por unanimidade, visa ouvir o presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo CGD. A data para as duas audições ainda não foi fixada, mas a vontade dos deputados é que seja “muito em breve”.
A CGD foi notícia há poucos dias, no PÚBLICO, por novo aumento de comissões e por denúncias dos sindicatos relativamente à forma como está a ser feita a redução de trabalhadores.
Nos requerimentos apresentados por Maria Mortágua, é referido que “o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda apoiou a recapitalização do banco público por considerar que a sua solidez é do interesse de toda a economia nacional e, em particular, do sistema financeiro português”, mas é salvaguardado que “esse processo não pode sujeitar a CGD à redução da qualidade dos seus serviços, ou a qualquer ameaça aos direitos dos seus trabalhadores”.
Relativamente ao aumento das comissões, o BE refere que “as sucessivas alterações de preçário divulgadas ao longo do último ano afiguram-se abusivas, em particular no que diz respeito ao aumento dos custos associados às contas dos jovens e reformados”. Sustentam ainda que “cabe ao banco público adoptar políticas inclusivas que garantam a todos os portugueses o acesso ao sistema financeiro e que não acompanhe as práticas de mercado, pelo que os sucessivos aumentos de comissões se afiguram preocupantes”.
O BE está ainda preocupado com a forma como está a ser feita a redução de trabalhadores no âmbito do plano de reestruturação. “Apesar das garantias dadas de que este programa teria um carácter estritamente voluntário, chegaram ao Grupo Parlamentar do BE denúncias de pressões internas sobre trabalhadores da CGD”, refere o requerimento, a que junta “o alerta do Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo CGD (STEC) relativamente à denúncia do Acordo de Empresa, livremente negociado, e que entrou em vigor em Janeiro de 2016”.