Que o actual presidente dos Estados Unidos gosta de fast food já todos sabem, mas os relatos de Fire and Fury detalham melhor os hábitos alimentares de Donald Trump. Os espectadores da 60.ª gala dos prémios da indústria fonográfica dos EUA, os Grammys, ouviram-nos, no domingo, pela voz de Hillary Clinton, uma das figuras conhecidas que leram passagens do polémico livro de Michael Wolff.
"Ele tinha um medo de longa data de ser envenenado. Uma das razões pelas quais gostava de comer no McDonalds: ninguém sabia que ele vinha aí e a comida era pré-feita de forma segura", lê a ex-senadora, de livro na mão.
No vídeo humorístico, encenado como uma espécie de audição para ganhar o Grammy de álbum de spoken word (palavra lida), aparecem também John Legend, Cher, Snoop Dogg, DJ Khaled e Cardi B. No final, parece que quem sai triunfante é Hillary Clinton, segundo o apresentador da cerimónia, James Corden.
Nem toda a gente, fora da cerimónia, se riu com o sketch. A embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Nikki Haley, por exemplo, partilhou no Twitter: "Sempre adorei os Grammys, mas ter os artistas a ler Fire and Fury foi fatal. Não estraguem boa música com lixo. Alguns de nós adoramos música sem a política pelo meio".
Num artigo crítico, com as palavras de Michelle Obama na abertura – "when they go low, we go high", o Independent sublinha que, no final de contas, Hillary Clinton é a ex-responsável pela diplomacia dos Estados Unidos "a ler de um livro que, apesar de evidentemente fascinante, foi descrito pelos críticos como "'tabloidy' (CNN), 'um compêndio de boatos' (Vox) e 'inverificável' (todos)".
O próprio Donald Trump, claro, também não resistiu a comentar. "Poder ler um excerto de um livro de #fakenews parece um bom prémio de consolação por perder a presidência", escreveu no Twitter, aludindo à participação de Hillary Clinton.