ADSE está a “garantir que dinheiro não é mal utilizado”
O subsistema dos funcionários públicos está a fazer uma revisão da tabela de preços a pagar aos prestadores de serviços, processo que tem levado às criticas dos hospitais privados e da Ordem dos Médicos dentistas por causa da redução de valores.
O ministro da Saúde afirmou nesta quarta-feira, na Comissão Parlamentar de Saúde onde foi chamado pelo Bloco de Esquerda a propósito da parceria público-privada do hospital de Cascais, que a “ADSE está a apertar a malha do escrutínio e a garantir que o dinheiro dos beneficiários não é mal utilizado”.
O subsistema dos funcionários públicos está a fazer uma revisão da tabela de preços a pagar aos prestadores de serviços, processo que tem levado às críticas dos hospitais privados e da Ordem dos Médicos Dentistas por causa da redução de valores. Também o bastonário dos Médicos, Miguel Guimarães, se pronunciou, dizendo que que os preços que a ADSE paga por alguns actos “são absolutamente escandalosos” por não cobrirem a despesa dos materiais usados.
A revisão das tabelas de preços tem levado à realização de várias reuniões entre a direcção do instituto gestor da ADSE e a Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP), que antecipou uma redução na facturação de 10%. O número é superior ao apresentado pela ADSE, que estima uma redução de 6% face à facturação apresentada pelas entidades convencionadas em 2017.
Também o bastonário dos Médicos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva, contestou os valores propostos, admitindo a desistência de alguns profissionais. “Esta nova proposta de tabela é mais do mesmo à custa dos profissionais de saúde, afectando os utentes da ADSE. Há um conjunto de situações que estão a limitar os utentes da ADSE a aceder a tratamentos de qualidade, quer ao nível das incompatibilidades entre tratamentos, quer ao nível dos preços propostos nos actos de medicina dentária”, afirmou à agência Lusa.
Apesar da contestação, tal como o PÚBLICO noticia nesta quarta-feira, o conselho directivo da ADSE mantém a intenção de aplicar as novas tabelas de preços a pagar aos prestadores privados de cuidados de saúde a partir de 1 de Março. Mas está disponível para corrigir “situações pontuais” e para integrar propostas que lhe cheguem, desde que “sejam justificáveis”.
O ministro da Saúde adiantou que falou na terça-feira à noite com o presidente do conselho directivo da ADSE, que referiu que "o diálogo está a correr bem entre as várias entidades e que havia vários entendimentos estabelecidos". Adalberto Campos Fernandes considerou normal que num processo de negociação as posições possam ser diferentes e afirmou acreditar "que até ao final da próxima semana o acordo esteja fechado".